“A classe médica decidiu conceder um período de graça ao povo moçambicano suspendendo provisoriamente a terceira greve nacional dos médicos”, disse Milton Tatia, presidente da Associação Médica de Moçambique (AMM), à comunicação social, após uma reunião da associação na quinta-feira.
A greve de 21 dias iniciou-se no dia 05 e contava com a adesão de mais de dois mil médicos, segundo a associação.
Milton Tatia referiu que a suspensão da greve visa “permitir que o povo moçambicano possa passar as festas [de Natal e de fim de ano] da melhor maneira possível”, beneficiando dos cuidados médicos.
Além da quadra festiva, os médicos suspenderam a greve também em resposta a um pedido feito pelos seus pacientes para que voltassem a trabalhar e a um apelo ao diálogo feito pelo Presidente de Moçambique, Filipe Nyusi.
O chefe de Estado manifestou “abertura para um diálogo franco, com vista a encontrar, no mais curto espaço de tempo, soluções para o cumprimento das leis”, referiu o presidente da associação médica.
Em novembro, os médicos adiaram a greve, após encontros com os ministros da Economia e da Saúde, para “dar tempo ao Governo” de “implementar os princípios acordados”.
No entanto, dos 12 pontos de discórdia, foram alcançados acordos em oito, mas a associação diz que o Governo moçambicano cumpriu “apenas três”.
A AMM aponta a “mudança constante de interlocutores por parte do Governo” e a falta de transparência sobre a “forma como os salários dos médicos estão a ser ou não processados” como alguns dos pontos que determinaram o fracasso das negociações até esta altura.
A implementação da TSU está a ser alvo de forte contestação por parte de várias classes profissionais, nomeadamente médicos, juízes e professores.
LUSA/HN
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