Israel vai impor testes de triagem a viajantes provenientes da China

30 de Dezembro 2022

O Ministério da Saúde de Israel anunciou esta sexta-feira a imposição de testes de triagem à covid-19 para viajantes provenientes da China, onde se registou, nas últimas semanas, uma explosão do número de casos de infeção.

O ministro da Saúde, Arié Dery, que assumiu o cargo na noite de quinta-feira, reuniu-se hoje com os responsáveis pela saúde pública de Israel para fazer um balanço do impacto no país do aumento dramático do número de casos na China do coronavírus que provoca a doença covid-19.

Durante a reunião, “foi decidido ordenar às companhias aéreas estrangeiras que só aceitem cidadãos estrangeiros em voos da China para Israel se tiverem teste [negativo] para a covid-19”, afirmou Arié Dery, em comunicado.

O ministro pediu ainda aos responsáveis pela saúde pública a criação de um centro de rastreio “voluntário” para as pessoas que chegam ao território a partir da China e recomendou “que se evite” viajar para aquele país.

A China está a enfrentar uma onda de contaminações sem precedentes desde o abandono abrupto, no início do mês, da chamada política de “covid zero”.

No entanto, o país anunciou o fim das quarentenas obrigatórias à chegada ao território a partir de 8 de janeiro e a retoma gradual das viagens de chineses ao estrangeiro, o que preocupa vários países.

Antes do anúncio de Israel, Espanha também avançou hoje que vai estabelecer “controlos nos aeroportos” para os viajantes com origem na China, para garantir que não são portadores do vírus.

De acordo com a ministra da Saúde espanhola, Carolina Darias, os viajantes da China terão de apresentar, à entrada do país, “um comprovativo de que estão negativos [para a infeção] ou de que têm o esquema vacinal completo”.

O anúncio foi também feito no dia a seguir à realização de uma reunião informal em Bruxelas, convocada pela Comissão Europeia com o objetivo de encontrar “uma abordagem coordenada” para todos os Estados-membros, mas que terminou sem qualquer decisão.

De todos os países membros da União Europeia (UE), a Espanha foi o segundo mais foi atingido em março de 2020 pela pandemia, logo atrás da Itália.

Além de Espanha, apenas a Itália – entre os 27 países da UE – tinha já anunciado a decisão de exigir testes negativos aos passageiros que chegam da China.

Fora da UE, os Estados Unidos e o Japão deram um passo semelhante.

Segundo um comunicado hoje divulgado pelo Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças (ECDC), a introdução da triagem obrigatória de covid-19 na União Europeia para viajantes que chegam da China “seria injustificada”.

Os países da UE “têm níveis relativamente elevados de imunização e vacinação” e “as variantes que circulam na China já circulam na UE”, explicou o centro, defendendo que a medida não era necessária a nível da UE no seu todo.

De acordo com a Universidade norte-americana Johns Hopkins, que desde o início da pandemia fornece dados sobre casos e mortes da doença, a China registou até agora 4,4 milhões de casos e 16.938 óbitos.

A covid-19 é uma doença respiratória infecciosa causada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado há três anos na China e que se disseminou rapidamente pelo mundo, tendo assumido várias variantes e subvariantes, umas mais contagiosas do que outras.

A doença é uma emergência de saúde pública internacional desde 30 de janeiro de 2020 e uma pandemia desde 11 de março de 2020.

LUSA/HN

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