OM “não pode hesitar em ter intervenção pública na defesa dos cidadãos e da qualidade da medicina”, diz bastonário

30 de Dezembro 2022

O bastonário da Ordem dos Médicos marcou presença, esta quinta-feira, na última sessão de 2022 do Fórum Ser Médico Hoje, que teve como tema "A nossa Casa: o que deve ser a competência da Ordem?".

Esta iniciativa foi lançada no âmbito da candidatura de Carlos Cortes a bastonário da OM e pretende ser um espaço aberto a todos os médicos para uma discussão alargada sobre o futuro da saúde em Portugal.

“A Ordem dos Médicos não pode hesitar em ter intervenção pública na defesa dos cidadãos, da qualidade da medicina, na defesa da formação dos médicos e dos processos deontológicos”, afirmou o bastonário, numa sessão que contou também com a intervenção de Carlos Cortes, presidente da Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos (SRCOM).

A formação médica foi uma das áreas de atuação da Ordem destacada por Miguel Guimarães, que referiu ser necessário garantir que se formam “médicos bons” e que estes profissionais “continuam a ser bons alunos ao longo da vida”.

Carlos Cortes, por sua vez, sublinhou que a Ordem dos Médicos, apesar do seu papel “irrepreensível” no que toca a “auditar a qualidade da formação”, também tem de ser “produtora de formação”.

O bastonário acrescentou ainda que a Ordem tem um “papel determinante” na qualidade do exercício da medicina e em questões como a liderança. Para Miguel Guimarães, é importante incutir nos médicos que a sua missão “vai além de serem médicos”. “A nossa missão também tem a ver com a organização dos serviços de saúde e com as políticas de saúde, porque a nossa principal missão – a missão zero – é defender os doentes e defender a saúde”, declarou.

Também Carlos Cortes afirmou que a OM tem como “principal atribuição” defender a “qualidade da prestação dos cuidados de saúde em Portugal”. “Se retirarem a nossa função, deixamos de ser uma ordem profissional”, considerou o candidato a bastonário, sublinhando ainda o papel essencial da Ordem enquanto “defensora da dignificação da profissão médica e dos médicos”.

A defesa dos médicos, de acordo com o candidato, deve ser feita em várias áreas, nomeadamente na área social – algo que a Ordem tem de “amplificar”. “Quero manter e aprofundar este aspeto”, acrescentou.

“Temos a função de nos apoiar a nós próprios. A OM tem a função de ajudar os médicos que precisam de ser ajudados e os seus familiares diretos, através do Fundo de Solidariedade”, afirmou também o bastonário.

PR/HN/RA

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