Por outro lado, o tempo médio de resposta telefónica que os doentes tiveram de esperar para serem atendidos quando solicitaram uma ambulância no mês passado em Inglaterra nos casos mais urgentes foi de 10 minutos e 57 segundos.
O tempo de espera considerado ideal para uma resposta telefónica em tais casos é de sete minutos.
Estes dados evidenciam as dificuldades que o serviço de saúde britânico enfrenta atualmente devido à chamada da ‘twindemic’, uma vaga de casos de covid-19 e gripe, aliada à falta de pessoal e de investimento nos últimos anos.
De acordo com o centro de estudos King’s Fund, o Reino Unido gastou na saúde 10,2 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2019 (antes da pandemia), inferior aos 11,7% da Alemanha e 11,1% da França.
O NHS também tem sido afetado nos últimos meses por greves de tripulantes de ambulância e enfermeiros para exigirem melhores salários e emprego.
Um dos principais problemas identificados pelo Governo foi a ocupação de milhares de camas hospitalares por pessoas em condições de receber alta mas que não têm para onde ir devido à escassez de espaços em unidades com cuidados continuados.
Isto leva a que ambulâncias tenham de esperar horas à porta dos hospitais com doentes que não podem ser admitidos, e, consequentemente, demorem horas para assistir pessoas que telefonaram para pedir assistência urgente.
Na semana passada, o ministro da Saúde, Steve Barclay, mobilizou 200 milhões de libras (226 milhões de euros) para obter camas em lares de idosos e outros unidades de saúde para aliviar a pressão nos hospitais sentida durante o inverno.
Ainda assim, o médico chefe do NHS England, Stephen Powis, saudou resultados positivos na redução da lista de espera de tratamentos ou operações planeadas que aumentou durante a pandemia covid-19.
“Enquanto os profissionais de saúde respondiam ao número recorde de atendimentos nas emergências, telefonemas para o 999 [número de emergência] e pedidos de ambulância urgentes por causa da ‘twindemic’ que resultou em níveis inéditos de doenças respiratórias nos hospitais, também continuaram a ajudar doentes (…) a fazer testes de diagnóstico e tratamento do cancro”, vincou.
LUSA/HN
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