O órgão prometeu, em comunicado, “impedir a disseminação de informações nocivas” e publicações nas redes sociais sobre a situação epidémica suscetíveis de “enganar a sociedade e causar o pânico”.
A Administração do Ciberespaço afirmou ainda que vai perseguir “receitas secretas contra o vírus” e “depoimentos falsos de pacientes”, depois de a escassez de medicação e forte pressão hospitalar ter levado pessoas a recorrer a remédios caseiros e soluções duvidosas, como o consumo de pêssegos enlatados, visando prevenir o agravamento dos sintomas causados por infeção pela covid-19.
Segundo um estudo recente da Universidade de Pequim, cerca de 900 milhões de pessoas contraíram covid-19 na China, depois de o país ter desmantelado a política de ‘zero casos’, no início de dezembro.
Na segunda-feira passada, o órgão que está encarregado de censurar o conteúdo ‘online’ na China identificou vários “rumores” suscetíveis de “danificar gravemente a ordem social”.
O regulador detetou nas redes sociais chinesas “acusações infundadas”, “pseudociência” e outros comportamentos que “agitaram o sentimento público”.
Em relação à desinformação sobre o novo coronavírus, o governo mencionou informações que circularam na Internet chinesa sobre alguns pacientes infetados com a cepa original do vírus, de 2019, ou conselhos de saúde como o de que não se pode tomar ibuprofeno depois de recuperar da infeção.
O órgão afirmou também que vai estar atento, durante o período festivo, aos internautas que “ostentam riqueza” e “promovem o desperdício de comida”.
Centenas de milhões de trabalhadores chineses migrados nas cidades estão a regressar à terra natal, para celebrar a principal festa das famílias chinesas, que calha este ano entre os dias 21 e 27 de janeiro.
Trata-se da maior migração interna do planeta e coincide, este ano, com o fim da política de ‘zero casos’ de covid-19, que durante quase três anos restringiu o fluxo interno de pessoas no país.
O Conselho de Estado (Executivo) exortou, em meados de dezembro, as autoridades locais a dar prioridade aos serviços de saúde nas zonas rurais “para proteger a população”, apontando a “relativa escassez de recursos médicos” face ao elevado número de deslocações previstas.
A Comissão Nacional de Saúde da China anunciou, no último sábado, um total de 59.938 mortes, entre 08 de dezembro e 12 de janeiro deste ano.
O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, afirmou, na semana passada, que a China não estava a fornecer números completos de mortes por covid-19 no atual surto, o que impede perceber a verdadeira extensão da doença a nível global.
A China defende que tem partilhado os seus dados “de forma aberta, atempada e transparente” desde o início da pandemia.
LUSA/HN
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