Estes são alguns dos dados apurados pelo inquérito ‘online’, dirigido a utilizadores de drogas com 18 ou mais anos, promovido em cerca de 30 países europeus, entre os quais Portugal, através do Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências (SICAD).
Promovido pelo Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência, o questionário ‘online’ de autopreenchimento decorreu entre março e maio de 2021 e envolveu, em Portugal, uma amostra de 928 consumidores de canabidiol (CBD) ou produtos com baixo teor de Tetrahidrocanabinol (THC) – substâncias químicas encontradas na planta canábis sativa L – adquiridos em lojas.
Quando consumido, o THC é responsável pelo sentimento de euforia e o CBD tende a produzir um efeito de tranquilidade, refere o SICAD, adiantando que a comercialização de alimentos com partes da planta canábis sativa L (sementes, flores, folhas, extratos) é enquadrada por regulamentos da União Europeia, tendo os produtos de ser obrigatoriamente provenientes de variedades da planta com THC inferior a 0,2%.
“A comercialização de alimentos aos quais tenham sido adicionados canabinóides (nomeadamente o CBD e o THC) não está autorizada”, sublinha o SICAD num comunicado que acompanha o inquérito.
Segundo o inquérito, “o consumidor tipo de CBD ou produtos de baixo teor de THC em Portugal é homem, frequenta ou já concluiu o ensino superior, é empregado por conta de outrem a tempo inteiro e vive com os pais”.
A maioria dos inquiridos adquire estas substâncias em flores (79%), resina (24%), charros/cigarros (25%), produtos comestíveis (15%), “E-líquidos” (12%), cristais (7%) e produtos cosméticos (7%).
Relativamente aos motivos para consumir estes produtos, 71% diz que é para reduzir o stress/relaxar, para melhorar o sono (51%), para tratar a ansiedade e depressão (38%), para experimentar (34%), para evitar ou reduzir o consumo de canábis ilegal (19%), para reduzir a dor/inflamação (18%), para se divertir (16%), para socializar (13%), para melhorar o desempenho na escola, no desporto ou no trabalho (12%) e para tratar sintomas de privação de canábis (9%).
O inquérito ‘online’ europeu sobre drogas tem como objetivo aprofundar o conhecimento sobre os padrões de utilização de drogas ilícitas, visando a melhor adequação das políticas públicas.
LUSA/HN
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