O diretor de cirurgia do Centro Hospitalar Universitário do Porto e presidente da Convenção Nacional de Saúde ganhou a presidência da Secção Regional do Norte da Ordem dos Médicos numa eleição em que votaram menos de metade dos eleitores inscritos, obtendo 5.276 votos (51.82%) face aos 3.106 (30.71%) da outra candidatura, liderada por Miguel Leão.
“Foi uma votação histórica, foi até o maior número de votos de uma candidatura ao conselho regional, o que, além de estar satisfeito com esta legitimidade democrática, acarreta também uma maior responsabilidade”, disse à Lusa Eurico Castro Alves, que sucede no cargo o médico António Araújo.
Votaram nestas eleições para a presidência da Secção Regional do Norte 10.181 (45.01%) dos 22.620 inscritos.
Eurico Castro Alves apontou como prioridades do seu mandato, à escala regional, “dinamizar as instalações da ordem, que esteve parada devido à pandemia, organizando eventos culturais e lúdicos, trazendo mais discussão, mais debate, mais luz”.
Por outro lado, à escala nacional, “também sentimos que temos uma obrigação de ser um apoio muito forte do bastonário e também até inspirar e instigar os sindicatos a fazer um trabalho muito importante que tem de ser feito junto das autoridades”.
“Porque a condição da profissão médica atingiu os limites mínimos do aceitável. Muita coisa tem de ser feita daqui para a frente e estaremos a ajudar o bastonário e os outros organismos na defesa da profissão médica”, sublinhou.
E acrescentou: “Sabemos das competências dos sindicatos e da ordem e respeitaremos o estatuto de cada um, mas a ordem tem obrigação de regular e fazer cumprir a profissão médica com qualidade e segurança, entendo que os médicos para o fazerem têm de ter as condições necessárias, e uma condição necessária para que a profissão médica possa funcionar e cumprir com a sua missão é as carreiras médicas serem alteradas”.
“Criar uma nova carreira médica, essa era uma das nossas prioridades na nossa campanha e, portanto, nós faremos a parte que nos compete, os sindicatos farão a sua parte, mas todos juntos, cada um nas suas competências, temos de fazer com que aconteça uma nova carreira médica, sob pena de serem os doentes a sofrer com isso”, frisou.
Eurico Castro Alves defendeu também a necessidade de “afirmar mais a profissão médica na sociedade”, dando-lhe “maior visibilidade”.
“Nós fazemos coisas muito boas, temos os melhores médicos do mundo, o melhor que se faz no mundo faz-se em Portugal e a nossa sociedade civil está um bocadinho alheada disto, porque estamos fechados nos hospitais, nos consultórios, nos centros de saúde. Eu quero dar mais visibilidade à medicina em Portugal, porque vai fazer com que sejamos mais respeitados”, sustentou.
A nível nacional, a escolha do novo bastonário da Ordem dos Médicos foi adiada para uma segunda volta, que decorrerá de 07 a 16 de fevereiro, que será disputada pelos candidatos Carlos Cortes e Rui Nunes.
Além de Rui Nunes e Carlos Cortes, concorreram ao cargo de bastonário para o triénio 2023/2025 Alexandre Valentim Lourenço, Bruno Maia, Fausto Pinto e Jaime Branco.
De acordo com os resultados provisórios do escrutínio que a Lusa teve acesso, Carlos Cortes obteve 6.059 votos, Rui Nunes 4.045 votos, Alexandre Valentim Lourenço 3.840, Bruno Maia 3.360, Jaime Branco 2.318 e Fausto Pinto 2.009 votos.
Votaram nestas eleições, que decorreu de forma eletrónica, 23.634 médicos.
O vencedor destas eleições para bastonário da OM vai substituir o médico urologista Miguel Guimarães, que termina agora o segundo mandato.
LUSA/HN
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