A orientação publicada este mês surge na sequência de um estudo piloto que avaliou a utilização do sistema híbrido de circuito fechado em 35 centros de diabetes do Serviço Nacional de Saúde (NHS) do Reino Unido.
A Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal (APDP) aplaude a recomendação e sublinha o avanço introduzido por esta tecnologia no tratamento e controlo da diabetes, informa o comunicado de imprensa.
“Como aponta o comité do NICE, existem claros benefícios no que diz respeito ao uso desta tecnologia, que, antes de chegar a possibilidade da cura, é a melhor forma de ajudar as pessoas com diabetes tipo 1 a controlar os níveis de glicose no sangue, ganhando uma melhor qualidade de vida”, afirma José Manuel Boavida, presidente da APDP, citado na nota.
Frisa ainda os benefícios a nível de custos, considerando o impacto na redução de complicações e internamentos e no aumento da esperança média de vida. “Este é o caminho a seguir. As pessoas que vivem com diabetes tipo 1 devem ter acesso ao melhor tratamento possível e o Serviço Nacional de Saúde deve conseguir garantir isso mesmo. Não há dúvidas de que a falta de aposta na inovação tecnológica apenas servirá para aumentar os custos que esta doença acarreta, tanto para as pessoas como para o sistema de saúde”, remata.
A proposta das recomendações do NICE, em discussão até ao final deste mês, exige agora que o NHS, em nome dos órgãos de saúde, concorde com um preço custo-efetivo para o dispositivo. Atualmente, o custo médio anual desta tecnologia é de cerca de 6.500 euros e mais de 100.000 pessoas são elegíveis para a receber.
Em Portugal, calcula-se que serão cerca de 30.000 as pessoas que vivem com diabetes tipo 1, sendo que este número tem vindo a aumentar consideravelmente nos últimos anos. Deste número, estima-se que um terço terá indicação clínica e escolherá utilizar um Sistema Híbrido de Perfusão Subcutânea Contínua de Insulina (PSCI).
A APDP explica ainda que este “pâncreas artificial” elimina por completo a necessidade de serem realizados testes de picada no dedo e pode prevenir ataques de hipoglicemia e hiperglicemia que coloquem a pessoa com diabetes tipo 1 em risco de vida. Os sistemas híbridos de circuito fechado usam um sensor de monitorização de glicose contínuo que é conectado ao corpo. Ao receber os dados, o sistema calcula a quantidade de insulina que precisa de ser administrada, eliminando a necessidade de introduzir os dados manualmente ou de recorrer a injeções de insulina.
PR/HN/RA
0 Comments