Serão abordados temas como: “Desafios no diagnóstico e preditores de evolução da esclerose sistémica”; “Registos Reuma.pt e EUSTAR: investigação e prática clínica”; “Novas aplicações da Ecografia na Esclerose Sistémica”; “Envolvimento cardíaco: Rastreio, diagnóstico e tratamento”.
Segundo Tânia Santiago, médica reumatologista e membro do conselho EUSTAR (organização europeia que promove investigação clínica e básica em esclerose sistémica), “o reumatologista tem um papel crucial na monitorização destes doentes e como elo central de ligação com as diferentes especialidades que cuidam destes doentes”. O curso da Sociedade Portuguesa de Reumatologia espelha precisamente esta dinâmica e promete proporcionar um ambiente de partilha e debate multidisciplinar, representando uma oportunidade de construir uma rede de colaboração entre os vários especialistas.
De acordo com o comunicado de imprensa, o Curso de Atualização Multidisciplinar em Esclerose Sistémica pretende fornecer a todos os reumatologistas e internos de reumatologia uma visão crítica e pragmática do estado da arte nas diversas áreas do conhecimento intervenientes na prestação de cuidados médicos aos doentes com esclerose sistémica.
Estão incluídas sessões de atualização e revisão de assuntos clinicamente relevantes, debate com especialistas das diversas áreas, quanto à utilidade de exames complementares de diagnóstico, bem como um curso prático hands-on de videocapilaroscopia (limitado a 25 participantes).
O evento contará ainda com uma oradora internacional na área do tratamento de úlceras digitais, Begonya Alcacer-Pitarch (Leeds, Reino Unido).
A inscrição é obrigatória (através do email secretariado@spreumatologia.pt) e o programa pode ser consultado aqui.
Sem causa inteiramente conhecida, a esclerose sistémica é uma doença reumática autoimune sistémica que se carateriza por inflamação, fibrose e alterações dos vasos sanguíneos, podendo afetar vários órgãos.
Um dos principais sinais de alarme é a presença de Fenómeno de Raynaud e o edema difuso das mãos e/ou da pele (puffy fingers ou puffy hands). Poderão estar ainda presentes, numa fase inicial, outras manifestações, como, por exemplo, espessamento da pele, dores articulares, distúrbios gastrointestinais ou queixas respiratórias.
O diagnóstico é baseado nas manifestações clínicas apresentadas pelo doente, exames complementares de diagnóstico e pela presença de anticorpos antinucleares e anticorpos específicos no sangue.
Tânia Santiago reforça que “o reconhecimento e identificação destas e outras manifestações por um médico reumatologista é essencial para realizar um diagnóstico precoce”, “instituir um tratamento oportuno e melhorar o prognóstico e qualidade de vida destes doentes”.
A esclerose sistémica atinge maioritariamente as mulheres entre os 25 e os 55 anos e é considerada uma doença rara. Estima-se que existam entre 2.500 e 3.000 pessoas com esta doença em Portugal.
PR/HN/RA
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