O projeto, intitulado “DM4you – Potencial da Dieta Mediterrânica no aumento da qualidade de vida: + saúde + sustentabilidade”, vai ter uma duração de três anos e envolve vários parceiros, como as universidades Nova (Lisboa), de Évora e do Porto, Faculdade de Ciências e Tecnologia, Instituto Politécnico do Porto e Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária.
Contactado pela agência Lusa, o Pró-Presidente para a Investigação, Inovação e Transferência de Tecnologia do IPP, Paulo Ferreira, explicou que este projeto pretende promover a dieta mediterrânica, “fundamentalmente” através do consumo de sopa, “combatendo” desta forma o desperdício alimentar.
O “DM4you” pretende eleger produtos mais nutritivos para integrar nas sopas, em cada época do ano, garantir a análise sensorial, efetuar o estudo em diferentes grupos etários para determinação do efeito do consumo de sopa e fruta na saúde destes grupos-alvo e proceder à análise estatística e interpretação desses resultados.
De acordo com o IPP, os beneficiários deste projeto, além dos parceiros, serão os produtores locais e a população, pelo conhecimento “mais aprofundado” dos benefícios nutricionais do consumo de fruta e sopas.
Além desses fatores, o projeto quer mostrar que a dieta mediterrânica, Património Cultural Imaterial da Humanidade pela UNESCO, desde 2013, contribui para o “aumento da qualidade de vida” e uma “maior sustentabilidade” nas suas três vertentes, “ambiental, social e económica”.
Educar os consumidores para uma alimentação saudável e sustentável e fomentar o consumo dos produtos nacionais, regionais e locais são outros dos objetivos a atingir.
O projeto, totalmente financiado pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), pretende ainda “promover e valorizar” os produtos endógenos e os produtos de qualidade certificada.
Nesse sentido, o “DM4you”, que conta também com parceiros comerciais e com produtores, espera ajudar algumas destas empresas que comercializam sopas ou fornecem legumes e frutas a utilizarem um método de “diversificação da produção”, no âmbito das receitas que desenvolvem no quotidiano com determinados ingredientes.
“Estas empresas já têm o cunho da alimentação saudável. Nós vamos é mostrar que essas questões já existem e através de análises perceber os efeitos do consumo em marcadores sanguíneos e outros indicadores de saúde que podemos utilizar”, explicou Paulo Ferreira.
A iniciativa pretende ainda mostrar que a sopa é um produto “muito português” e que alguns dos seus ingredientes, por serem produtos naturais, têm por um lado um beneficio para a saúde e para a qualidade de vida, acrescentou o responsável.
Paulo Ferreira disse acreditar que o projeto vai promover também a sustentabilidade económica e a economia circular”, numa altura em que “tanto se fala” das questões relacionadas com a inflação.
“Estamos a falar de um tipo de alimentação que, além de ser saudável, é também ela própria relativamente barata”, sublinhou.
O projeto pretende “juntar o bom de vários mundos”, frisou, aludindo aos produtos naturais, que permitem uma melhor qualidade de vida, e a alimentação saudável e que sai “barata”, face a outro tipo de produtos que são consumidos diariamente.
Este projeto é um dos seis que vai ser apoiado pelo Governo no âmbito da iniciativa “Alimentação Sustentável”, da Agenda de Inovação para a Agricultura 20|30 “Terra Futura”.
LUSA/HN
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