Na véspera de se assinalar o Dia Mundial Contra o Cancro, a instituição alerta que, apesar dos avanços no diagnóstico e tratamento da doença oncológica, “as barreiras socioeconómicas, geográficas e mesmo a idade do doente oncológico são obstáculos que ainda persistem e que resultam em agravamento da doença”.
Para alertar para este problema, a LPCC lançou o “desafio 5 km”, juntando-se à União Internacional de Controlo do Cancro, em que pretende passar a mensagem de que é necessário “o doente oncológico ter acesso a cuidados mais justos, independentemente do seu local de origem, da sua idade ou rendimento”.
Em declarações à agência Lusa, o presidente da instituição explicou que o que a Liga está a pedir é que “todas as pessoas contribuam com 5 quilómetros de exercício físico que pode ser desde uma simples caminhada, nadar, andar de bicicleta, uma corrida, o que entenderem”.
Depois de concluir o exercício, o objetivo é publicar a conquista dos 5 km nas redes sociais próprias com o hashtag #LPCCdesafio5km e desafiar 5 amigos para fazer o mesmo e ajudar a divulgar a mensagem, adiantou Francisco Cavaleiro de Ferreira.
“O nosso objetivo é conseguirmos somar cerca de 40.000 quilómetros para podermos dizer que demos a volta ao mundo – porque este número representa o perímetro da Terra – e que estamos a tentar dar a volta ao cancro”, salientou.
A LPCC defende que “é importante e urgente” que se verifique uma reorganização do sistema nacional de saúde em defesa do doente e uma maior aposta em programas de prevenção, deteção precoce e tratamento do cancro em Portugal.
Sobretudo, defende ainda, é importante uma reorganização dos cuidados de saúde primários focada nos diagnósticos e na referenciação do doente com cancro.
Ao mesmo tempo, a Liga defende que ações na área da prevenção primária e secundária, para além da aposta na investigação, permitirão “evitar milhões de mortes por cancro”, constituindo as principais linhas de atuação da Liga, sem esquecer o apoio direto aos doentes oncológicos e seus cuidadores.
A LPCC reforça a importância de adoção de estilos de vida saudáveis como forma de prevenir a doença oncológica, elucidando que 27% das mortes por cancro se atribuem ao consumo de álcool e tabaco e que 30 a 50% dos cancros podem ser prevenidos.
“Morrem anualmente cerca de 10 milhões de pessoas no mundo com doença oncológica, o equivalente à população de Portugal. Os especialistas estimam que, se nada for feito, em 2030 as mortes por cancro atinjam 13 milhões de pessoas”, refere a Liga em comunicado.
A LPCC estima que o cancro tenha matado 30.168 pessoas em Portugal em 2020 e adverte que este número “tenderá a crescer nos próximos anos face aos atrasos do diagnóstico e tratamento, sendo que o grande impacto nas mortes por cancro deverá sentir-se dentro de um a cinco anos”.
Segundo dados da agência internacional para a investigação sobre cancro Globocan, o cancro é a 2.ª causa de morte mais frequente em Portugal, com 60.467 mil novos casos em 2020.
LUSA/HN
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