“O facto de haver esta marcação [da greve] não condiciona absolutamente nada. A FNAM continua de boa-fé e esperamos que a parte ministerial também mantenha a mesma postura”, adiantou à Lusa a presidente da FNAM.
A posição de Joana Bordalo e Sá foi manifestada na véspera de mais uma reunião entre os sindicatos médicos e o Ministério da Saúde, agendada para a manhã de quarta-feira, no âmbito do processo negocial que está a decorrer nos últimos meses.
Após a última reunião, realizada em 01 de fevereiro, a FNAM anunciou uma greve nacional para 08 e 09 de março, alegando a falta de propostas concretas por parte do Governo sobre a revisão das grelhas salariais dos médicos, um dos principais pontos em cima da mesa das negociações.
No mesmo dia, o ministério de Manuel Pizarro assegurou que está “empenhado no diálogo e na procura de consensos dentro de um calendário que o Governo e os sindicatos estabeleceram de comum acordo” para estas negociações, ou seja, até junho.
Já o Sindicato Independente dos Médicos (SIM) demarcou-se da greve anunciada pela FNAM, alegando que esta paralisação representa uma “cedência ao radicalismo e ao populismo” quando decorrem negociações entre as duas partes.
Segundo Joana Bordalo e Sá, a estrutura sindical foi “empurrada” para a decisão de avançar para a greve, uma vez que a negociação “está num impasse”.
“Faltam 150 dias para o fim da negociação e ainda não temos nada. Vemos as reuniões das comissões técnicas que apoiariam estas negociações a não acontecerem e, portanto, não tivemos outra alternativa”, afirmou a dirigente sindical.
Além disso, segundo a presidente da FNAM, a proposta de revisão das tabelas salariais apresentada pela estrutura sindical não mereceu “nenhuma apreciação por parte do Governo”.
“Precisamos, neste momento, de uma grelha salarial em cima da mesa e precisamos de melhores condições e está do lado do Governo ter soluções para os médicos”, alegou Joana Bordalo e Sá.
Estas negociações tiveram o seu início formal já com a equipa do ministro Manuel Pizarro, mas a definição das matérias a negociar foram acordadas ainda com a anterior ministra, Marta Temido, que aceitou incluir a grelha salarial dos médicos no protocolo negocial.
As negociações incluem ainda as normas de organização e disciplina no trabalho, a valorização dos médicos nos serviços de urgência e a dedicação plena prevista no novo Estatuto do Serviço Nacional de Saúde.
LUSA/HN
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