“Estas instalações, numa escola muito degradada com problemas de todo o tipo, não têm quaisquer apetências, nem condições, para acolher um serviço de urgência e um determinado conjunto vasto de valências”, na área da saúde, afirmou o deputado do BE/Açores, António Lima, após uma reunião com a Unidade de Saúde da Ilha do Pico.
O parlamentar recordou que o centro de saúde funciona provisoriamente na antiga Escola Básica e Secundária das Lajes, para que fossem feitas obras de remodelação no antigo edifício, pertença da Santa Casa da Misericórdia das Lajes, considerando que os serviços de saúde estão a funcionar num “provisório muito longo”.
“Os profissionais que aqui trabalham, juntamente com o conselho de administração, têm que fazer funcionar este edifício o que é quase sobre humano, porque as condições que encontramos são perfeitamente indignas e não podem continuar”, apontou António Lima, em declarações aos jornalistas.
O coordenador regional do BE/Açores sublinhou que o Governo Regional (PSD/CDS-PP/PPM) “deveria ver” as “condições de trabalho” e dos utentes.
“Não são condições dignas para o funcionamento de uma unidade de saúde”, sustentou.
António Lima disse ainda não perceber “a demora do Governo Regional em tomar uma decisão sobre se efetivamente avança para a construção de um novo centro, ou não”.
“Parece-nos que construir um centro de saúde de raiz nas Lajes do Pico é fundamental”, defendeu o deputado do BE no parlamento açoriano.
O deputado criticou a ação do Governo Regional neste processo.
“O presidente do Governo dizia, em outubro de 2022, que era preciso repensar e reavaliar sobre qual o caminho que se devia tomar. Se construir um novo centro de saúde, ou não. Mas, já houve mais do que tempo para isso. O orçamento da região tem 200 mil euros para a obra do centro de saúde, mas não sabemos se para a reabilitação do edifício, se para o novo, ou se para os dois caminhos em simultâneo, porque não há esta decisão”, criticou.
António Lima alertou ainda para a carência de recursos humanos na área da saúde.
“A Ordem dos Enfermeiros, em visita ao Pico, referiu que a ilha teria metade dos enfermeiros de que necessita. O conselho de administração identificou a necessidade de cerca de 30 enfermeiros para serem contratados para este ano. Mas tem apenas autorização para cinco”, observou.
No entender do deputado, o secretário regional da Saúde não pode continuar “a queixar-se da herança que recebeu do anterior executivo açoriano do PS”, quando o atual Governo “já tem mais de dois anos”.
“Queixar-se da herança durante um ano ainda se percebe. Quando já estamos com mais de dois anos de mandato e não avançar com a resolução deste grave problema é estar a empurrar com a barriga e não querer decidir e a prejudicar a população, e neste caso, o concelho das Lajes do Pico”, vincou.
LUSA/HN
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