Em comunicado, o SIM divulgou que a greve, que começa em 16 de março, decorrerá todos os dias úteis, entre as 18:00 e as 20:00, por tempo indeterminado “enquanto não forem satisfeitas as reivindicações”.
Entre as exigências, presentes no pré-aviso de greve, está a “cessação urgente de realização das consultas de programas de vigilância a utentes sem médico”, bem como “condições de trabalho que garantam a segurança dos atos médicos a praticar e privilegiem o real e adequado acompanhamento dos utentes”.
Os médicos de família deste ACES pedem também “segurança face ao descontentamento que tem vindo a ser expressado pelos utentes e que têm despoletado frequentemente a intervenção das autoridades policiais”.
“Perante a patente e reiterada incapacidade do Governo de atrair novos médicos de família para a região da ARSLVT [Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo], já para não referir as denúncias de contrato já existentes, ao SIM não resta outra alternativa senão optar pela postura de protesto para além da de diálogo”, realçou este sindicato.
Sobre as consultas de programas de vigilância a utentes sem médico, agora denominadas “Consulta a Utentes Sem Equipa de Saúde Familiar”, o SIM destacou, no pré-aviso de greve, que estas têm sido repudiadas pelos médicos, por colocarem “em causa o rigoroso e completo acompanhamento dos utentes” e “a boa prática médica”.
Entre as queixas, os médicos realçam que “a vigilância que se pretende obter através das consultas no âmbito destes programas não é alcançada em sede de trabalho suplementar, nomeadamente porque nem sequer é permitido agendar a próxima consulta”.
“O trabalhador médico não tem acesso a informação essencial que o capacite para realizar a consulta adequadamente, porque lhe está vedado o acesso a alguns elementos clínicos. Não está disponível o acesso a PEM – Prescrição Eletrónica de Medicamentos o que impede conhecer a medicação crónica e anterior do utente. Não é possível emitir MCDT´s, o que naturalmente desvirtua a consulta”, sublinham, entre outros alertas.
“É necessário fazer cessar a má prática inerente a tais consultas, que colocam os Trabalhadores Médicos sob incomportável pressão e muitas vezes sem terem capacidade de dar resposta às verdadeiras necessidades dos utentes”, acrescenta o sindicato no pré-aviso de greve.
LUSA/HN
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