Número de consultas e exames auxiliares em 2021 ultrapassou valores pré-pandemia

6 de Abril 2023

As consultas médicas e os exames auxiliares de diagnóstico realizados em 2021, o segundo ano da pandemia de Covid-19, atingiram valores superiores aos pré-pandemia, destacou esta quinta-feira o Instituto Nacional de Estatística (INE).

Nesse ano, “registou-se uma recuperação nos atos assistenciais prestados em contexto hospitalar”, depois da atividade nestes estabelecimentos de saúde “ter sido fortemente afetada pelo contexto pandémico vivido em 2020”, refere o INE numa nova edição da publicação “Estatísticas da Saúde”, principalmente com indicadores de 2021, divulgada por ocasião do Dia Mundial de Saúde, que se assinala na sexta-feira.

No entanto, “os atendimentos em serviço de urgência, os internamentos e as cirurgias em bloco operatório, apesar de terem aumentado, não atingiram os valores registados em 2019”.

Os dados do INE mostram que a recuperação da atividade em 2021 ocorreu no setor público e no setor privado.

No caso dos hospitais públicos, registou-se um aumento em todas as vertentes, com destaque para as cirurgias em bloco operatório (+22,4%), enquanto nos hospitais privados as maiores subidas ocorreram nos “atos complementares de diagnóstico e/ou terapêutica (+27,2%), nos internamentos (+27%) e nas consultas externas (+22,7%).

Os principais prestadores de serviços de saúde continuaram a ser em 2021 os hospitais públicos ou em parceria público-privada, tendo assegurado 84,2% dos atendimentos em urgência, 72,1% das cirurgias em bloco operatório, 72,3% dos internamentos, 86,2% dos atos complementares de diagnóstico e/ou terapêutica e 63,2% das consultas médicas.

“O número de consultas médicas em meio hospitalar atingiu novo máximo” em 2021, quando se realizaram cerca de 21,3 milhões, mais 2,9 milhões (+15,8%) do que no ano anterior, reforço que “permitiu ultrapassar o número pré-pandemia Covid-19 e alcançar o valor mais elevado do período iniciado em 1999”.

Em relação às urgências, em 2021 registaram-se mais 810,8 mil atendimentos, que atingiram um total de 6,5 milhões, dos quais 5,5 milhões nos hospitais do setor público.

A maioria dos atendimentos nos serviços de urgência dos hospitais foi assegurada pela urgência geral (78%), cabendo à Pediatria e à Obstetrícia 15,6% e 6,3% dos atendimentos, respetivamente.

Contam-se ainda mais 156,1 mil cirurgias em bloco operatório (num total de um milhão) e mais 22,6 mil pequenas cirurgias.

No ano em causa, existiam em Portugal 58.735 médicos e 80.238 enfermeiros, mais 2,7% e 2,9%, respetivamente, do que em 2020, o que representa 5,7 médicos e 7,8 enfermeiros por mil habitantes.

Segundo o INE, mais de metade da despesa corrente em saúde foi financiada pelo Serviço Nacional de Saúde (SNS) e pelos Serviços Regionais de Saúde das Regiões Autónomas (SRS).

Entre 2019 e 2021, o SNS e os SRS suportaram, em conjunto e em média, 55,4% do total da despesa corrente em saúde, tendo 29% da mesma, em média, ficado a cargo das famílias.

O tema deste Dia Mundial é “Saúde para todos” e a Organização Mundial da Saúde (OMS) vai celebrar o seu 75.º aniversário.

LUSA/HN

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ÚLTIMAS

A má comunicação pode ser agressiva ao cidadão?

Cristina Vaz de Almeida: Presidente da Sociedade Portuguesa de Literacia em Saúde; Doutora em Ciências da Comunicação — Literacia em Saúde. Presidente da Sociedade Portuguesa de Literacia em Saúde. Diretora da pós-graduação em Literacia em Saúde. Membro do Standard Committee IHLA — International Health Literacy Association.

Crise de natalidade no Japão atinge o seu pico

O Japão registou, em 2024, a taxa de natalidade mais baixa de sempre, segundo estimativas governamentais e, no momento em que a geração “baby boom” faz 75 anos, o país confronta-se com o “Problema 2025”, segundo especialistas.

Cientistas detectam genótipos cancerígenos de HPV em esgotos urbanos

Cientistas uruguaios identificaram genótipos de HPV ligados ao cancro do colo do útero em águas residuais urbanas, sugerindo que a monitorização ambiental pode reforçar a vigilância e prevenção da doença em países com poucos dados epidemiológicos.

MAIS LIDAS

Share This
Verified by MonsterInsights