Academia Nacional de Medicina lamenta más condições nos hospitais públicos venezuelanos

14 de Abril 2023

O secretário da Academia Nacional de Medicina da Venezuela, Huniades Urbina, questionou hoje a falta de condições de atenção aos pacientes nos hospitais públicos venezuelanos, lamentando que tem que assumir 73% dos gastos, “dos exames à lingerie”.

“Os hospitais na Venezuela converteram-se em um depósito de seres humanos, devido às más condições da atenção hospitalar, que se agravaram durante a pandemia”, disse à rádio católica Fé e Alegria.

Huniades Urbina, que também é médico pediatra intensivista explicou “não há suprimentos médicos nem alimentos” nos hospitais públicos venezuelanos e precisou que segundo dados da Organização Pan-americana da Saúde “73% dos gastos incorridos por um paciente, pela sua patologia, devem sair do seu bolso”.

“Na Venezuela, se você não tiver dinheiro, não pode ir a uma clínica (privada), nem pode ter um seguro em dólares (…) se for a um hospital público tem de pagar exames, roupa de cama, comida e medicamentos”, disse, precisando que apenas mais ou menos 5% dos venezuelanos contam com uma apólice de saúde.

O secretário da Academia Nacional de Medicina da Venezuela, sublinhou ainda que o país continua em “uma emergência humanitária complexa, porque desde os últimos 10 anos que existe um descalabro na saúde pública com a eliminação ou suspensão de programas de cuidados de saúde da população e uma diminuição da cobertura com vacinas”.

“A Venezuela passou de ser um país pioneiro em índices de vacinação, no ano 2000, a ter, transversalmente, entre 56% a 58% da população vacinada, principalmente menores de 5 anos de idade, segundo dados da Organização Pan-americana da Saúde. Isto significa que estamos muito por debaixo do que exige a Organização Mundial da Saúde, que fala de 95% de cobertura com vacinas”, disse.

Huniades Urbina, insistiu que os hospitais venezuelanos necessitam de investimentos também em infraestrutura e na atualização de equipamentos.

Por outro lado, congratulou-se com a retoma dos programas de transplante e procura de órgãos na Venezuela, sublinhando, no entanto, que “os avanços não são muitos”.

“Tivemos cinco a seis anos sem qualquer tipo de transplante, nem de cadáveres, nem de vivos para vivos. No entanto, há menos de um ano, o programa de transplante foi reaberto na Venezuela”, disse precisando que no passado se faziam transplantes hepáticos, renais e inclusive de córnea e de medula óssea”.

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