“Não faz sentido fazer que o doente, depois de ir às urgências, tenha de se deslocar ao seu centro de saúde para pedir o Certificado de Incapacidade Temporária [CIT]”, disse Fernando Araújo, que falava na abertura da apresentação do Índice de Saúde Sustentável, desenvolvido pela Nova Information Management School (Nova IMS), no Centro Cultural de Belém, em Lisboa.
Fernando Araújo disse ainda que outra das medidas em preparação é o alargamento dos prazos dos CIT: “há doentes que, por exemplo, tiveram um AVC e que já sabem que vão ficar mais tempo sem poder trabalhar. Não faz sentido também obrigá-los a ir todos os meses ao centro de saúde”.
O diretor executivo do Serviço Nacional de Saúde (SNS) apontou diversas medidas em preparação e outras já aplicadas para melhorar o funcionamento dos serviços públicos de saúde, falando de uma “revolução silenciosa” no SNS, designadamente em termos de organização, como a extinção das Administrações Regionais de Saúde.
Outra das medidas que Fernando Araújo disse estar em preparação, neste caso com a Direção Geral de Saúde, é o recurso às farmácias comunitárias para a vacinação Covid-19 na próxima época outono-inverno.
O Índice de Saúde Sustentável conclui que o investimento no SNS em 2022 permitiu um retorno de 7,8 mil milhões de euros para a economia, graças ao impacto dos cuidados de saúde no absentismo e na produtividade.
Segundo os dados divulgados, este retorno foi superior (mais 300 milhões) ao valor apurado em 2021 (7,5 mil milhões).
A perceção dos utentes quanto à evolução do SNS na última década é positiva, mas esta ideia não é acompanhada pelo julgamento que fazem dos tempos de espera para consultas, exames e urgências, que consideram ter piorado.
Segundo o Índice de Saúde Sustentável, 38% considera que, relativamente ao que se passava há 10 anos, o SNS está melhor, mas as listas de espera não tiveram uma evolução positiva.
LUSA/HN
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