Ricardo Gonçalves (PSD) falava na abertura da sessão “Saúde para Todos”, que decorreu hoje de manhã no auditório do ISLA Santarém, no âmbito do Dia Mundial da Saúde, que se assinalou no dia 07, e na qual participou a secretária de Estado para a Promoção da Saúde, Margarida Tavares.
O autarca optou por não elencar os problemas sentidos no concelho, nomeadamente os constrangimentos em vários serviços do Hospital Distrital de Santarém por falta de médicos de algumas especialidades, dos quais deu conta a Manuel Pizarro na reunião que este realizou com os presidentes dos municípios que integram a Comunidade Intermunicipal da Lezíria do Tejo (CIMLT), em 07 de março, esperando que até 15 de maio o ministro apresente soluções.
Ricardo Gonçalves afirmou, ainda, que o município está a trabalhar com o Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) da Lezíria na identificação das intervenções necessárias nas várias extensões de saúde do concelho, as quais pretende candidatar a fundos do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).
Por outro lado, acrescentou o autarca, o município está a analisar a proposta de criação de uma Unidade de Saúde Local na Lezíria (destinada a articular os cuidados primários com os hospitalares), estrutura com a qual concorda “em tese”, mas cujos estudos aguarda.
Margarida Tavares saudou o envolvimento “ativo” dos municípios no processo de descentralização de competências na área da saúde, salientando que a profundidade com que os autarcas conhecem os problemas das estruturas e das populações “vai mudar a proximidade à saúde”
Ricardo Gonçalves salientou também o facto de o concelho de Santarém ser “dos mais envelhecidos do país”, com um índice de envelhecimento de 206 (206 idosos por 100 jovens), contra os 183 da média nacional, questão referida em várias intervenções como um dos fatores que contribui para a “enorme carga de doença crónica” existente no país.
Paulo Sintra, cirurgião e ex-diretor clínico do Hospital Distrital de Santarém (HDS), destacou os “50 anos de sucesso” da saúde em Portugal, ressalvando, contudo, que há “muito caminho para fazer”, nomeadamente quanto aos indicadores que apontam para das mais elevadas percentagens, na Europa, de população sem capacidade para fazer a sua vida diária e de baixa expectativa de vida saudável aos 65 anos, concluindo que a melhor forma de evitar chegar à doença é consciencializar cada cidadão do seu papel no cuidado e na promoção da saúde.
A atual diretora clínica do HDS, Filomena Roque, sublinhou que o elevado índice de doença crónica tem origem nos hábitos e comportamentos das pessoas e em questões ambientais, considerando essenciais os cuidados de saúde primários, os quais, segundo a enfermeira Raquel Soares, podem dar resposta a 80 a 90% das situações de doença no país.
LUSA/HN
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