Em comunicado, aquele movimento considera que a concretização desta fusão constituiria “mais um ataque ao direito à saúde das populações do concelho de Cantanhede e de toda a região Centro e mais um ataque ao Serviço Nacional de Saúde (SNS).
“O Hospital de Cantanhede e o Centro Rovisco Pais [na vila da Tocha] têm que ter meios e gestão autónoma!”, sustenta.
O MUSP anuncia o lançamento de uma abaixo-assinado a apelar à “reversão da fusão no CHUC e a rejeição de projetos de alargamento e/ou criação de uma Unidade local de Saúde” para evitar “mais um crime no SNS”.
O movimento defende a “autonomia das unidades de saúde, a contratação de trabalhadores e a aquisição de equipamentos, de forma a garantir o direito à saúde das populações”.
A fusão “de vários hospitais/serviços, centralizando tudo no CHUC, apenas agravou a espera dos utentes por consultas, cirurgias e por meios de diagnóstico”.
“Os utentes bem sabem os prejuízos que tiveram com a integração dos Hospital Geral dos Covões [em Coimbra] no CHUC. O Hospital dos Covões perdeu valências, viu desestruturadas as suas equipas e perdeu capacidade de resposta – é hoje uma sombra do que foi”, afirma o comunicado.
O MUSP alerta para o “já sobrecarregado Bloco Central dos Hospitais da Universidade de Coimbra que está cada vez mais sobrelotado com as situações de rutura a multiplicarem-se”.
“Não queremos que o mesmo aconteça com as unidades de saúde de Cantanhede!”.
No dia 10 de dezembro de 2022, a direção executiva do Serviço Nacional de Saúde (SNS) anunciou a elaboração do plano de negócios para CHUC, o Hospital Arcebispo João Crisóstomo, em Cantanhede distrito de Coimbra), e o Centro de Medicina de Reabilitação da Região Centro Rovisco Pais, (na Tocha, concelho de Cantanhede) “visando aumentar o acesso e a eficiência”.
Alguns dias depois, o presidente do conselho de administração do CHUC considerou positivo que esta estrutura venha a integrar o Hospital de Cantanhede e o Centro de Medicina Física e Reabilitação Rovisco Pais.
“A decisão da direção executiva do Serviço Nacional de Saúde de integrar o Hospital Arcebispo João Crisóstomo e o Centro de Medicina Física e Reabilitação da Região Centro Rovisco Pais no CHUC é vista como positiva por todas as entidades envolvidas”, referiu, na altura, à agência Lusa, Carlos Santos.
O novo presidente da Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos (SRCOM) não vê com bons olhos a eventual fusão do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) com os hospitais de Cantanhede e Rovisco Pais.
“O CHUC já é uma megafusão, com vários hospitais, e juntar-se dois hospitais pequenos, um deles generalista, mais de proximidade, que é Cantanhede, e outro um hospital central especializado, numa estrutura tão grande, em princípio só os vai fazer perder importância”, disse Manuel Teixeira Veríssimo à agência Lusa, no início de abril.
Eleito em janeiro, Teixeira Veríssimo não vê que a fusão atualmente em análise possa ser “uma mais-valia, nomeadamente para os hospitais mais pequenos e especialmente para o Hospital Rovisco Pais”, que é um Centro de Medicina Física e Reabilitação da Região Centro.
LUSA/HN
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