Esquizofrenia: Investigador de Coimbra vai desenvolver tratamento inovador

4 de Maio 2023

O psiquiatra e investigador de Coimbra Nuno Madeira vai desenvolver um estudo clínico para tratamento dos sintomas cognitivo-sociais da esquizofrenia, que afeta uma em cada 100 pessoas, com recurso a estimulação magnética transcraniana.

O especialista do Instituto de Imagem Biomédica e Investigação Translacional​​​​​ da Universidade de Coimbra vai desenvolver o projeto “BS2C/Estimulação cerebral não invasiva para deficiência cognitiva social na esquizofrenia”, em parceria com o Biological Affect Modulation Lab da University of Pittsburgh, School of Medicine.

Nuno Madeira foi o vencedor do FLAD Sicence Award Mental Health 2023 e vai receber 300 mil euros, ao longo de três anos, para desenvolver aquele estudo, que visa testar, num ensaio clínico, um protocolo inovador de tratamento dos sintomas cognitivo-sociais da esquizofrenia, com recurso a estimulação magnética transcraniana.

Em comunicado, a Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento (FLAD) adianta que a equipa do psiquiatra de Coimbra vai usar aquela técnica de neuroestimulação cerebral, cada vez mais disponível em Portugal, nomeadamente nos hospitais públicos.

“Este projeto é especialmente relevante, tendo em consideração que as perturbações psicóticas como a esquizofrenia afetam cerca de uma em cada 100 pessoas, e podem ser extremamente incapacitantes, sobretudo quando não tratadas”, refere a nota.

Segundo a FLAD, que atribui o prémio, o objetivo é desenvolver “uma arma terapêutica eficaz na disfunção cognitiva social, sem necessidade de internamento ou outros procedimentos complexos, e que poderá, num futuro breve, ser disponibilizada a pessoas com esquizofrenia, em Portugal e noutros países”.

Em 2021, em plena pandemia Covid-19, aquela fundação decidiu abrir um novo caminho para a investigação clínica em saúde mental em Portugal, criando o maior prémio na área, com uma linha de financiamento de 300 mil euros.

O FLAD Science Award Mental Health mereceu o reconhecimento da Organização Mundial de Saúde (OMS) e do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos.

LUSA/HN

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