Especialistas alertam para que que não se desvalorize sangramento das gengivas

11 de Maio 2023

A Sociedade Portuguesa de Periodontologia e Implantes (SPPI) alertou esta quinta-feira para a importância de a população não desvalorizar sintomas como o sangramento das gengivas, um problema que afeta metade da população adulta portuguesa.

Em declarações à agência Lusa a propósito do Dia Europeu da Saúde Periodontal, a presidente da SPPI, Cristina Trigo Cabral, disse que a doença se agrava a partir dos 40 anos e que, na faixa etária acima dos 65 anos, mais de metade das pessoas tem doença das gengivas.

“A doença agrava-se a partir dos 40 anos. Hoje, não havendo estudos de prevalência em Portugal, no mundo julga-se que, na faixa etária acima dos 65 anos, (…) 60% da população tem problemas nas gengivas”, afirmou a responsável.

Explicou que o primeiro sintoma que surge é o sangramento e lembrou que, habitualmente, “a população não valoriza o sangrar à escovagem”, o primeiro sintoma inicial da gengivite.

“Nessa fase, a doença é reversível. Só afeta mesmo a gengiva, que sangra porque está num processo inflamatório”, refere a presidente da SPPI, acrescentando que “o sangramento que pode ser tanto à escovagem como, nalgumas situações, o doente acordar com sangue na almofada”.

Nessa fase, sublinhou, ainda se pode prevenir a evolução da doença para a periodontite, que é mais grave e em que “os dentes começam a mover-se”, há “perda dos tecidos periodontais, do osso e do ligamento que suporta o dente e, mais tarde, vai levar a que a perda do dente, que acaba por cair”.

A especialista esclareceu que esta é uma doença crónica, que se controla por uma escovagem correta, diária, de manhã e à noite (de 12 em 12 horas) e indo ao médico dentista duas vezes por ano.

Esta visita ao médico dentista serve para remover a placa bacteriana e o tártaro, que aderem ao dente e que a pessoa, no dia-a-dia, não consegue remover com a escovagem.

A presidente da SPPI explicou igualmente que não se trata apenas de uma doença das gengivas.

“Atualmente há evidência científica de que a periodontite tem uma relação bidirecional com a diabetes e, portanto, os doentes com diabetes que têm também periodontite têm dificuldade de controlar a sua diabetes e, por outro lado, a diabetes agrava a doença periodontal”.

Apontou ainda outras patologias, como a doença de Alzheimer, a obesidade, a artrite reumatoide e as doenças cardiovasculares, para lembrar que muitos estudos dizem que “podem ser agravadas ou até induzidas pela doença periodontal”.

Para ajudar a aumentar a literacia da população, a SPPI, integrada na Federação Europeia de Periodontologia, vai assinalar na sexta-feira o Dia Europeu da Saúde Periodontal com uma ação de rua a nível nacional (Lisboa, Porto e Coimbra), com médicos dentistas especialistas, alertando para a importância do controlo da doença e da escovagem diária de dentes e gengivas.

LUSA/HN

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