“Acho que há falta de vontade política e acho que há uma estratégia política (…) de tentar fazer pequenas reorganizações do SNS, como a direção executiva, as ARS [Administrações Regionais de Saúde], as Unidades Locais de Saúde, para tentar camuflar o verdadeiro problema”, afirmou.
Em entrevista à Lusa, o médico neurologista defendeu que os problemas de fundo continuam a corroer o acesso à saúde e que apenas têm sido aplicadas “medidas paliativas” e que os “verdadeiros problemas – falta de profissionais e subfinanciamento do SNS – “não estão a ser resolvidos com estas estratégias”.
“O problema de fundo continua a corroer todos os dias aquilo que é o acesso das pessoas ao Serviço Nacional de Saúde e a própria qualidade dos cuidados [prestados] ”, afirmou.
Lamentou que os sindicatos médicos estejam há quase um ano a negociar com o Ministério da Saúde sem que a tutela tenha apresentado, até à data qualquer proposta escrita sobre as carreiras dos profissionais de saúde e as grelhas salariais.
“Passando um ano, e estando a um mês do fim dessas negociações, não percebemos muito bem o que é que está na cabeça do ministro da Saúde”, afirmou Bruno Maia, manifestando-se preocupado com o tempo decorrido na negociação e a falta de entendimentos em matérias que considera essenciais.
Face aos curtos avanços nas negociações com os médicos, afirmou: “Dá mesmo a ideia de que não estão a pensar fazer nada de estruturante em relação às carreiras dos profissionais”.
A manifestação nacional pelo reforço do SNS sai hoje às 15:00 do Largo do Camões, em direção à Assembleia da República.
LUSA/HN
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