A sobrevivência dos doentes com cancro tem vindo a aumentar devido a uma melhoria na deteção precoce e às evoluções no tratamento. Cerca de 21 em cada 100 homens e 18 em cada 100 mulheres aos 75 anos terão desenvolvido cancro. Em todo o mundo, no ano de 2020, ocorreram cerca de 19,3 milhões novos diagnósticos de cancro, prevendo-se que, em 2040, haverá 30,2 milhões. O crescimento destes números está associado a diversos fatores, nomeadamente ao crescimento populacional, ao envelhecimento da população e aos estilos de vida.
Não existem dados reais publicados sobre o número de sobreviventes existentes, sendo que, em 2017, o número estimado pela Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC) era de meio milhão de sobreviventes. A crescente população de sobreviventes de cancro apresenta vários desafios e oportunidades para os quais importa refletir. Os desafios mais prementes prendem-se com a definição de possíveis normas de seguimento, bem como estratégias de orientação de possíveis toxicidades decorrentes de tratamentos oncológicos a longo prazo.
Neste âmbito, foi desenvolvido um trabalho pelo grupo de Sobreviventes da Sociedade Portuguesa de Oncologia, com a colaboração de médicos e psicólogos, com o apoio da LPCC, dedicado ao cuidado de doentes oncológicos e onde se destacam uma série de recomendações que visam normas de vigilância, abordagem de sequelas (como ostomias, linfedema) e toxicidades decorrentes de tratamentos (como cardíaca, neurológica ou pulmonar). O impacto da doença e dos tratamentos na vida familiar e a nível laboral foi também objeto de reflexão nesta investigação.
Dado que em junho que se celebra o Dia do Sobrevivente de Cancro e por forma a assinalar esta importante data, o grupo de Sobreviventes da SPO publica, inicialmente, em formato digital e, posteriormente, como suplemento da revista da SPO estas recomendações, possibilitando uma melhor articulação entre Oncologia e Cuidados de Saúde Primários, no processo de acompanhamento dos sobreviventes.
PR/HN/RA
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