IPST diz que reservas de sangue estão estáveis mas todos os dias são necessários mais dadores

12 de Junho 2023

As reservas de sangue estão estáveis, mas todos os dias são necessários mais dadores e dádivas, disse esta segunda-feira a presidente do Instituto Português do Sangue, lembrando que os hospitais necessitam diariamente de 1.100 unidades de sangue e componentes sanguíneos.

Nas vésperas de se assinalar o Dia Mundial do Dador de Sangue (14 de junho), que tem este ano como lema “Dê sangue, dê plasma, partilhe a vida, partilhe com frequência”, Maria Antónia Escoval realçou os objetivos desta data instituída pela Organização Mundial de Saúde em maio de 2005 e que homenageia o nascimento de Karl Landsteiner.

Este médico e biólogo norte-americano, de origem austríaca, foi precursor da transfusão sanguínea e recebeu o Nobel de Fisiologia/Medicina em 1930, pela classificação dos grupos sanguíneos, sistema ABO, e por ter descoberto o fator RH.

“O grande objetivo deste dia é, por um lado, reconhecer os dadores de sangue e, por outro lado, sensibilizar a opinião pública para a importância [da dádiva] regular de sangue e para as necessidades da população, tanto em Portugal como nos países com nível de desenvolvimento inferior, em que as necessidades em sangue são ainda mais prementes”, declarou à agência Lusa a presidente do Instituto Português do Sangue e da Transplantação (IPST).

Questionada se as reservas de sangue estão estáveis, uma vez que o verão é um período crítico em termos de dádivas, Maria Antónia Escoval afirmou que, neste momento, a situação é estável, mas defendeu serem precisos mais dadores, que têm de ter entre 18 e 65 anos e pesar 50 ou mais quilos.

“Precisamos todos os dias de mais dadores e de mais dádivas, porque o que nos aconteceu, nomeadamente em 2022, foi que tivemos mais dadores, mas esses dadores deram menos vezes e, portanto, precisamos que o dador fique fidelizado e que regularmente faça a sua dádiva”, defendeu.

A responsável salientou que, para garantir a sustentabilidade da transfusão, o mais importante é uma dádiva regular e continuada para evitar a sazonalidade na dádiva de sangue

Lembrando que o sangue tem um prazo de validade de 42 dias para os concentrados linfocitários e 5 a 7 dias para as plaquetas, sendo que os homens só podem dar sangue de três em três meses e as mulheres de quatro em quatro, Maria António Escoval sublinhou que “todos os dias são um desafio”.

“Tendo sido os anos 2021 e 2022 excelentes anos, com o aumento do número de dadores e uma inversão da tendência da diminuição do número de dadores e de dádivas, o início deste ano de 2023 continua a ter este desafio. Portugal tem uma situação estável, mas precisa de mais dadores”, reiterou.

A Federação Portuguesa de Dadores Benévolos de Sangue pediu na sexta-feira que os dadores de sangue voltem a ter direito a dispensa de trabalho no dia da dádiva, uma possibilidade que foi tirada em 2011 e nunca reposta.

Comentando este pedido, Maria Antónia Escoval afirmou que, em Portugal, a dádiva “é anónima voluntária, não remunerada” e é isso que se pretende.

“Em relação qualquer incentivo, o que nós achamos é que deve haver uma neutralidade financeira. Isto é, o dador não pode perder por dar sangue, mas também não pode ganhar por dar sangue. Estes são os nossos princípios e dentro de muito pouco tempo teremos o regulamento europeu que neste momento está em discussão”, que analisa também a questão dos incentivos e da remuneração da dádiva de sangue e que será implementado automaticamente em todos os Estados membros.

Por fim, a presidente do IPST quis deixar uma mensagem de “enorme agradecimento” a todos os dadores no ano em que o instituto completa 65 anos e às duas federações de dadores que, disse, “têm sido parceiros inexcedíveis” e a todas as associações de dadores de sangue.

LUSA/HN

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