Congresso de Saúde Pública debate durante dois dias com mais de 1.000 especialistas

14 de Junho 2023

Temas atuais de Saúde Pública vão estar em debate durante dois dias, em Lisboa, num congresso que reúne antigos ministros da saúde, investigadores e especialistas e que visa, entre outros objetivos, preparar planos para futuros desafios nesta área.

Promovido pela Sociedade Portuguesa de Saúde Pública, Associação Portuguesa para a Promoção da Saúde Pública e pela Associação Nacional dos Médicos de Saúde Pública, o “Congresso Saúde Pública 23 – Uma nova era” decorrerá na quinta e na sexta-feira na Culturgest, em Lisboa, e conta já com mais de 1.000 inscritos.

“É a primeira grande iniciativa que é promovida por todas as associações e sociedades que se interessam pela saúde pública e que terá lugar depois da pandemia [de covid-19]”, disse à agência Lusa o presidente da Sociedade Portuguesa de Saúde Pública, Francisco George.

Uma das mesas do congresso vai reunir os antigos ministros da Saúde Marta Temido e Paulo Macedo, a antiga secretária de Estado da Saúde Raquel Duarte e o ex-diretor geral da Saúde Francisco George, que vão debater o tema “Políticas públicas de saúde: Olhar para trás e para diante. O horizonte em perspetiva”.

“É uma mesa que vai ter um olhar crítico para trás, mas também para diante, na ideia de equacionar as perspetivas para o futuro, mas também há outras mesas principais, nomeadamente aquelas que se relacionam com a resistência das bactérias aos antibióticos e dos microrganismos em geral aos antimicrobianos, que é um grande desafio que os portugueses enfrentam”, disse Francisco George.

Segundo o antigo diretor-geral de Saúde, o congresso vai também abordar questões relacionadas com as grandes lições tiradas no contexto da pandemia de covid-19, que agora parece ter terminado”, além de “debater amplamente as questões relacionadas com uma só saúde (one health)”, que representa a colaboração entre a saúde animal, a saúde humana e o ambiente.

Entre os objetivos do congresso estão “promover o debate, de base científica entre especialistas de diversas formações sobre tópicos e temas atuais de Saúde Pública, quer a nível nacional, quer global”, “conhecer o desenvolvimento de novas vacinas, métodos de diagnóstico de infeções emergentes em cenários de expressão epidémica, incluindo covid-19 e gripe sazonal” e “estreitar relações de trabalho com organizações internacionais, nomeadamente a Organização Mundial da Saúde e a European Public Health Association”.

Francisco George adiantou que “há muita expectativa, não só a avaliar pelo número de inscritos”, mas sobretudo porque vão participar médicos, enfermeiros, psicólogos, veterinários, e todas as disciplinas ligadas à saúde pública, incluindo a engenharia sanitária, saúde ambiental”.

“Há aqui, portanto, uma interação, um interesse comum, que interessa promover e organizar na perspetiva de melhorar a saúde, nomeadamente, no contexto português”, rematou Francisco George.

Questionado se este congresso também marca o reconhecimento da Saúde Pública, que começou a ser mais valorizada durante a pandemia, Francisco George afirmou que sim, sublinhando que as entidades que promovem o debate vão “colocar num patamar inovado as questões da saúde pública”.

Francisco George anunciou ainda a criação do prémio Ribeiro Sanches para premiar a melhor comunicação científica do congresso, “em homenagem a um grande médico” nascido em 1699 na Vila de Penamacor, que terá escrito o primeiro tratado de saúde pública que designou como o Tratado Para a conservação da saúde dos Povos.

O Congresso Saúde Pública vai passar a realizar-se de dois em dois anos e incluirá a atribuição do prémio Ribeiro Sanches.

LUSA/HN

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