Promovido pela Sociedade Portuguesa de Saúde Pública, Associação Portuguesa para a Promoção da Saúde Pública e pela Associação Nacional dos Médicos de Saúde Pública, o “Congresso Saúde Pública 23 – Uma nova era” decorrerá na quinta e na sexta-feira na Culturgest, em Lisboa, e conta já com mais de 1.000 inscritos.
“É a primeira grande iniciativa que é promovida por todas as associações e sociedades que se interessam pela saúde pública e que terá lugar depois da pandemia [de covid-19]”, disse à agência Lusa o presidente da Sociedade Portuguesa de Saúde Pública, Francisco George.
Uma das mesas do congresso vai reunir os antigos ministros da Saúde Marta Temido e Paulo Macedo, a antiga secretária de Estado da Saúde Raquel Duarte e o ex-diretor geral da Saúde Francisco George, que vão debater o tema “Políticas públicas de saúde: Olhar para trás e para diante. O horizonte em perspetiva”.
“É uma mesa que vai ter um olhar crítico para trás, mas também para diante, na ideia de equacionar as perspetivas para o futuro, mas também há outras mesas principais, nomeadamente aquelas que se relacionam com a resistência das bactérias aos antibióticos e dos microrganismos em geral aos antimicrobianos, que é um grande desafio que os portugueses enfrentam”, disse Francisco George.
Segundo o antigo diretor-geral de Saúde, o congresso vai também abordar questões relacionadas com as grandes lições tiradas no contexto da pandemia de covid-19, que agora parece ter terminado”, além de “debater amplamente as questões relacionadas com uma só saúde (one health)”, que representa a colaboração entre a saúde animal, a saúde humana e o ambiente.
Entre os objetivos do congresso estão “promover o debate, de base científica entre especialistas de diversas formações sobre tópicos e temas atuais de Saúde Pública, quer a nível nacional, quer global”, “conhecer o desenvolvimento de novas vacinas, métodos de diagnóstico de infeções emergentes em cenários de expressão epidémica, incluindo covid-19 e gripe sazonal” e “estreitar relações de trabalho com organizações internacionais, nomeadamente a Organização Mundial da Saúde e a European Public Health Association”.
Francisco George adiantou que “há muita expectativa, não só a avaliar pelo número de inscritos”, mas sobretudo porque vão participar médicos, enfermeiros, psicólogos, veterinários, e todas as disciplinas ligadas à saúde pública, incluindo a engenharia sanitária, saúde ambiental”.
“Há aqui, portanto, uma interação, um interesse comum, que interessa promover e organizar na perspetiva de melhorar a saúde, nomeadamente, no contexto português”, rematou Francisco George.
Questionado se este congresso também marca o reconhecimento da Saúde Pública, que começou a ser mais valorizada durante a pandemia, Francisco George afirmou que sim, sublinhando que as entidades que promovem o debate vão “colocar num patamar inovado as questões da saúde pública”.
Francisco George anunciou ainda a criação do prémio Ribeiro Sanches para premiar a melhor comunicação científica do congresso, “em homenagem a um grande médico” nascido em 1699 na Vila de Penamacor, que terá escrito o primeiro tratado de saúde pública que designou como o Tratado Para a conservação da saúde dos Povos.
O Congresso Saúde Pública vai passar a realizar-se de dois em dois anos e incluirá a atribuição do prémio Ribeiro Sanches.
LUSA/HN
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