Citado em comunicado, Rui Cortes, CEO da Lean Health Portugal, chama a atenção para a atual sobrecarga dos sistemas de saúde, o impacto do envelhecimento da população e o aumento do consumo dos cuidados, defendendo a necessidade de criar “projetos inovadores que deem resposta adequada às necessidades atuais”.
Aos olhos do responsável, estas iniciativas devem ter como premissa “o aumento da produtividade e eficiência e, ao mesmo tempo, a garantia da qualidade dos cuidados de saúde.”
É neste sentido que surge o “SURGERY ON TIME (SOT)”, uma ferramenta informática que combina o Machine Learning – previsão de tempo da sala operatória – e um novo modelo de otimização através de um sistema de agendamento automático.
Para Rui Cortes, “em Portugal, o controlo de tempo e custos através da identificação e eliminação de desperdícios e ineficiências é, de facto, uma ferramenta poderosa para a maior eficiência de diferentes áreas do Hospital, nomeadamente no Bloco Operatório, por se tratar de um dos serviços que gera maior despesas e receitas a nível hospitalar.”
A equipa de trabalho da Lean Health Portugal, considera, por isso, que a criação de novas ferramentas tecnológicas de apoio à decisão para os agendamentos cirúrgicos tornam-se uma mais-valia para a otimização dos tempos nas salas operatórias, bem como para se evitar o atraso nos procedimentos ou mesmo os seus cancelamentos, até porque a alocação de recursos materiais e humanos nesta área são extremamente dispendiosos.
O SOT tem como principal função, através de um modelo de aprendizagem automática de leitura de múltiplas variáveis, estimar melhor o tempo de cirurgia e proceder a agendamentos respeitando a antiguidade e prioridade dos doentes, entre outros critérios customizáveis, tornando-se assim possível um planeamento cirúrgico mais preciso, com maior estabilidade e eficiência.
“Um agendamento cirúrgico ineficiente gera dois cenários que não são de todos benéficos para a Instituição e Serviço: a subestimação do tempo de sala, ou seja, muitas vezes o tempo previsto para a cirurgia ultrapassa o tempo estabelecido e atrasa as operações seguintes ou leva ao seu cancelamento. Por outro lado, a sobrestimação, ou seja, a cirurgia levou menos tempo que o previsto e não há um aproveitamento total dos recursos da sala de operação”, afirma o CEO da Lean Health Portugal.
O SURGERY ON TIME foi desenvolvido no Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central nas especialidades de Urologia, Ortopedia e Cirurgia Geral.
PR/HN/VC
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