Manuel Pizarro respondia a uma questão levantada pelo deputado do PSD Rui Cristina na comissão parlamentar da Saúde, com base numa notícia divulgada no domingo que avançava que o Governo ia aumentar os médicos em 30%.
“Sim, senhor ministro, mais um excelente ‘sound byte’ da vossa parte. O problema é que os médicos não receberam qualquer proposta de revisão de grelha salarial e estamos a dois dias do final do prazo das supostas negociações que duram, aliás, há mais de um ano”, afirmou o deputado social-democrata, comentando que “não é esta a forma séria de se governar”.
Quando questionado sobre se confirma o aumento de 30% para os médicos e em que situações se aplica este aumento e se está previsto algum outro aumento para os médicos, Manuel Pizarro afirmou que “será seguramente muito variável”.
Deu como exemplo o caso dos médicos que passem das Unidades de Saúde Familiar (USF) modelo A para as USF modelo C que vão ter um aumento salarial superior a 60%.
Mas criticou o PSD por se ter “transformado num partido que faz a sua ação política na base do comentário das notícias dos jornais”.
“Não me peça para vir para o Parlamento comentar notícias dos jornais (…). Continuarei a fazer ação governativa através da ação governativa e não do comentário das notícias nos jornais”, vincou Manuel Pizarro.
O ministro da Saúde disse ainda que o Governo está em negociações com os sindicatos representativos dos médicos e tem a expectativa de que será possível chegar a acordo.
Admitindo que há matérias que separam a visão do Governo da visão dos sindicatos médicos, Pizarro adiantou que as partes chegaram a acordo na maioria das situações, tanto no que respeita à organização do trabalho médico como nas equipas para as urgências.
“Estamos agora a trabalhar no regime de dedicação plena e na tabela remuneratória. Tenho a expectativa de que podemos evoluir aqui também”, disse o governante.
LUSA/HN
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