Pacto soma mais sete empresas na luta contra a violência doméstica

2 de Julho 2023

Sete empresas vão aderir ao Pacto contra a Violência, um conjunto de marcas que apoiam de diversas formas o trabalho da rede de apoio às vítimas de violência doméstica, uma iniciativa nascida em 2020 que já congrega 32 entidades.

A formalização da adesão ao Pacto contra a Violência aconteceu na quinta-feira, e, em declarações à agência Lusa, a presidente da Comissão para a Cidadania e a Igualdade (CIG) destacou como desde há três anos tem vindo a ser possível “construir uma narrativa coletiva contra a violência doméstica”.

Sandra Ribeiro apontou que esta iniciativa foi criada em 2020, em plena pandemia de covid-19, quando o país estava obrigado a recolhimento em casa e a trabalhar à distância e era preciso perceber o que se estava a passar e dar apoio a quem fosse vítima de violência doméstica.

“Queremos que este Pacto agregue cada vez mais empresas, mais instituições e que possamos no fundo ser muitos em muitos setores, a darmos voz, a darmos cara, a darmos apoio contra este flagelo, que continua de facto a ser predominante da violência doméstica”, frisou a responsável.

Segundo a responsável, desde há três anos que tem vindo a ser possível juntar empresas no combate à violência doméstica.

Essas companhias expressam o seu apoio das mais diversas formas, normalmente dentro da respetiva área de negócio, que pode ir do mobiliário a bens alimentares.

Por outro lado, todas as empresas que aderem ao Pacto desenvolvem atividades, quer internas, como ações de sensibilização e de formação com os trabalhadores, quer externas, com o apoio da CIG, nomeadamente ao nível da divulgação das próprias campanhas de prevenção do organismo.

“A SIBS, por exemplo, é uma destas empresas e oferece sempre, gratuitamente, a possibilidade de fazermos anúncios em todas as caixas de multibanco, durante alguns dias, com a imagem da campanha”, exemplificou Sandra Ribeiro.

A presidente da CIG diz que há, sobretudo, uma “lógica de união, de coletividade, contra a violência doméstica”, sublinhando a necessidade de haver cada mais entidades que adiram ao Pacto.

Nesse sentido, aproveitou para deixar o apelo às empresas de comunicação social, uma vez que o grupo RTP, que formaliza a adesão na quinta-feira, é, por enquanto, o único grupo de ‘media’ a fazer parte.

“Para nós é fundamental começarmos a contar também com os órgãos de comunicação social neste pacto porque, efetivamente, aquilo que podem trazer de benefício na divulgação, na difusão desta lógica anti-violência doméstica é muito grande”, sublinhou.

Além da RTP, na quinta-feira juntaram-se formalmente ao Pacto o Banco Montepio, a Trivalor, a L’Óreal, a Nestlé, o El Corte Inglês e o banco BNP Paribas.

Há ainda outras que já manifestaram interesse em aderir, sendo elas a Altice Portugal, Endesa, o Instituto Superior Técnico, a Casa da Moeda, a Escola de Direito da Universidade do Minho, o Instituto de Informática da Segurança Social, a Parênteses Rebeldes, a sociedade de advogados Sérvulo e Associados, a Parpública e a Microsoft.

“Estamos a falar de empresas que são farol para outras, estamos a falar de empresas com uma grande visibilidade”, destacou Sandra Ribeiro.

Acrescentou que é preciso, por isso, que mais empresas se juntem na defesa de uma “mensagem de crítica profunda, de tolerância zero, à violência doméstica”.

Também na quinta-feira vai ser apresentada a nova campanha da CIG contra a violência doméstica que estará disponível em vários formatos.

De acordo com os dados estatísticos oficiais mais recentes, cinco pessoas, entre os quais três mulheres, uma criança e um homem, foram mortos em contexto de violência doméstica nos primeiros três meses deste ano.

LUSA/HN

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