A avaliação do risco em crianças e jovens é feita através de um teste ao sangue e posterior pesquisa de anticorpos associados à diabetes tipo 1. Estes podem ser detetados alguns anos antes de a doença se manifestar. No entanto, a sua presença não implica, necessariamente, o aparecimento da diabetes tipo 1.
“Hoje sabe-se que é possível identificar, anos antes, as pessoas que vão desenvolver diabetes tipo 1. Através desta identificação, é possível alertá-las antecipadamente e encaminhá-las para novos tratamentos e ensaios clínicos com medicamentos que tenderão a atrasar ou inibir o seu início”, explica José Manuel Boavida, presidente da APDP.
Por isso, “quanto mais cedo se identificar o risco de DT1, mais cedo poderemos intervir e prevenir uma descompensação metabólica grave na altura do diagnóstico”, frisa Raquel Coelho, pediatra especialista na diabetes tipo 1.
A DT1 é uma doença autoimune, em que o sistema imunológico da própria pessoa compromete o funcionamento das células do pâncreas que produzem insulina. A sua causa não é totalmente conhecida, mas sabe-se que existe uma predisposição genética que leva, em condições não esclarecidas, ao aparecimento da diabetes.
A progressão para DT1 é mais frequente em crianças e jovens com múltiplos anticorpos (>2), face aos que têm um ou nenhum anticorpo. Através deste teste, é possível avaliar o risco de cada criança ou jovem, dando-lhe de forma antecipada conhecimento dos sinais de alerta. “Urinar muito, ter muita sede ou fome, emagrecer rápido e sentir fadiga são os sintomas mais característicos de DT1”, alerta a pediatra.
A consulta inclui uma sessão de apresentação, esclarecimento de dúvidas e realização de um teste ao sangue para analisar a existência de anticorpos. Todos os participantes são informados dos resultados, sendo que as crianças e os jovens com teste positivo repetem a análise para confirmar os resultados. Os casos confirmados devem manter acompanhamento, realizando as consultas adequadas a cada situação, e, quando necessário, realizar testes complementares.
Desta forma, é possível prevenir complicações agudas e internamento hospitalar na altura do eventual diagnóstico. Esta identificação possibilita ainda o acesso a intervenções precoces.
A iniciativa conta com a organização da NOSCITO, uma spin-off dedicada à criação de soluções de prevenção e gestão das doenças crónicas não-transmissíveis, nomeadamente a diabetes, baseadas em inovação desenvolvida nas áreas da medicina de precisão e da educação, contando também com o apoio da Fundação Ernesto Roma.
Para mais informações, enviar email para radar1@apdp.pt.
PR/HN/RA
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