O movimento é dos enfermeiros, e já são cerca de 1300, mas engana-se quem pensa que não se discute o sistema de saúde como um todo, disse ao HealthNews um dos idealizadores, Mário André Macedo: “O Movimento Enfermeiros Unidos nasceu há uns meses fruto de uma necessidade de melhorar e alargar o âmbito do nosso debate interno na profissão. Nós achamos que o debate estava demasiado reduzido e era feito em circuito fechado. Fruto dessa necessidade, começámos de uma forma informal a alargar os nossos contactos, a realizar eventos tanto online como presenciais. (…) Foi possível estabelecer um diagnóstico daquilo que a enfermagem precisa e daquilo que a saúde precisa. A enfermagem não se pode separar da saúde como o todo.” “Somos o maior grupo profissional da saúde”, “é inconcebível como é que os enfermeiros estão afastados daquilo que é a decisão e a avaliação de políticas públicas de saúde”, acrescentou o coordenador da Unidade de Epidemiologia e Saúde Pública do Hospital Professor Doutor Fernando Fonseca.
“O diagnóstico foi feito com todos os enfermeiros do país e começámos a debater aquilo que seriam as soluções (…) e posso-lhe avançar que uma das nossas grandes conclusões (…) é que temos de lutar por uma saúde que tenha como base um paradigma não corporativo” – que se foque no interesse do cidadão.
“Reparámos que havia uma lacuna em termos de influência junto dos nossos decisores políticos, então nós assumimos essa responsabilidade e temos ido à Assembleia da República reunir com os vários grupos parlamentares sobre a temática dos estatutos. (…) As ordens têm o dever de ser transparentes, mas também têm de ser independentes, e foi isso mesmo que fomos dizer aos vários grupos parlamentares”, disse ainda o enfermeiro.
Este sábado, dia 22, entre as 9h e as 14h, a Sala do Capítulo do Museu de Leiria receberá “enfermeiros de realidades muito diferentes”, interessados em discutir o futuro da enfermagem e da saúde em Portugal. Na mesa de debate estarão Ana Valente, vereadora do Desenvolvimento Social e Saúde da Câmara Municipal de Leiria, Teresa Fraga, coordenadora do Kastelo – Cuidados Paliativos e Pediátricos, e Mário Macedo.
HN/RA
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