Enfermeiros dos hospitais privados esperam boa adesão à greve de sexta-feira

27 de Julho 2023

O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) prevê uma boa adesão à greve destes profissionais que exercem funções hospitais privados, marcada para sexta-feira para reclamar aumentos salariais e a compensação pelo horário de trabalho desfasado.

Em conferência de imprensa à porta da unidade de saúde da Cuf de Almada, no distrito de Setúbal, Rui Marroni, da direção do SEP, lembrou a greve realizada em março, indicando que teve bastante adesão e levou a uma evolução positiva nas negociações, mas com resultados ainda insuficientes.

Por essa razão, o sindicalista considera que é expectável que a greve que se inicia às 08:00 de sexta-feira e termina às 24:00, com garantia de serviços mínimos indispensáveis para satisfazer “necessidades sociais impreteríveis”, tenha novamente uma boa adesão por parte destes profissionais.

“Os enfermeiros não estão disponíveis para deixar de lutar”, disse, adiantando que a generalidade das instituições está já a desmarcar cirurgias, funcionando apenas os blocos da urgência.

A greve abrange enfermeiros das instituições privadas de saúde onde é aplicável o contrato coletivo de trabalho estabelecido entre o SEP e a Associação Portuguesa de Hospitalização Privada (APHP), que inclui, entre outros, o Grupo Luz Saúde, Grupo Lusíadas Saúde, Grupo CUF e Grupo Trofa Saúde.

A greve realizada em março, explicou, determinou alguns avanços por parte dos grupos privados, no entanto, as propostas apresentadas pela APHP em junho, para inclusão no Contrato Coletivo de Trabalho não atingiram os patamares mínimos que permitissem estabelecer um acordo.

Segundo o SEP, apesar de nos últimos anos terem tido um aumento exponencial dos lucros, as instituições associadas da APHP continuam a não valorizar os enfermeiros.

Os enfermeiros das unidades de saúde privadas abrangidas pela APHP, um universo de cerca de 4.200 profissionais, reivindicam não só aumentos salariais para todos, mas também que a compensação pelo horário de trabalho desfasado seja aplicável aos enfermeiros que trabalhem por turnos e à noite e um aumento do valor das horas penosas.

O horário desfasado é aquele que, embora mantendo inalterado o período normal de trabalho diário, permite estabelecer, serviço a serviço ou para determinado grupo ou grupos de pessoal, e sem possibilidade de opção, horas fixas diferentes de entrada e de saída. As chamadas “horas penosas” são as trabalhadas à noite, nos fins de semana e feriados.

LUSA/HN

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ÚLTIMAS

Carina de Sousa Raposo: “Tratar a dor é investir em dignidade humana, produtividade e economia social”

No Dia Nacional de Luta contra a Dor, a Health News conversou em exclusivo com Carina de Sousa Raposo, do Comité Executivo da SIP PT. Com 37% da população adulta a viver com dor crónica, o balanço do seu reconhecimento em Portugal é ambíguo: fomos pioneiros, mas a resposta atual permanece fragmentada. A campanha “Juntos pela Mudança” exige um Plano Nacional com metas, financiamento e uma visão interministerial. O principal obstáculo? A invisibilidade institucional da dor. Tratá-la é investir em dignidade humana, produtividade e economia social

Genéricos Facilitam Acesso e Economizam 62 Milhões ao SNS em 2025

A utilização de medicamentos genéricos orais para o tratamento da diabetes permitiu uma poupança de 1,4 mil milhões de euros ao Serviço Nacional de Saúde (SNS) nos últimos 15 anos. Só em 2025, a poupança ultrapassou os 62 milhões de euros, segundo dados divulgados pela Associação Portuguesa de Medicamentos pela Equidade em Saúde (Equalmed) no Dia Mundial da Diabetes.

APDP denuncia falhas na aplicação do direito ao esquecimento para pessoas com diabetes

No Dia Mundial da Diabetes, a Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal alerta que a Lei do Direito ao Esquecimento não está a ser cumprida na prática. A associação recebe queixas de discriminação no acesso a seguros e crédito, defendendo que a condição clínica não pode ser um obstáculo à realização pessoal e profissional. A regulamentação da lei está em fase de auscultação pública, mas persiste o receio de que não garanta plena equidade.

MAIS LIDAS

Share This
Verified by MonsterInsights