Autoridades não identificaram qualquer mosquito com vírus do Nilo em Portugal este ano

1 de Agosto 2023

As autoridades portuguesas não identificaram este ano qualquer mosquito com o vírus do Nilo, detetado em três municípios de Sevilha, mantendo ativas as armadilhas de mosquitos e ovos em todas as regiões do Continente e na Madeira.

Numa resposta enviada à agência Lusa, a Direção Geral da Saúde explica que a febre do Nilo Ocidental em humanos “é uma doença de notificação obrigatória” no Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica (SINAVE) e que não foram registados este ano quaisquer casos autóctones ou importados em Portugal.

No fim de semana, a Direção-Geral da Saúde Pública espanhola e a Organização Farmacêutica da Andaluzia revelaram ter detetado a circulação do vírus da febre do Nilo Ocidental (FNO) em três municípios de Sevilha, pedindo a adoção de medidas de saúde pública.

A deteção na região autónoma, que faz fronteira com as regiões portuguesas do Alentejo e do Algarve, foi feita através de RT-PCR em amostras de mosquitos capturados nos municípios de Guillena, El Castillo de Las Guardas e La Puebla del Río.

Questionada pela Lusa, a DGS diz que não foram identificados em Portugal mosquitos infetados com o vírus do Nilo Ocidental e que se mantêm as armadilhas (de mosquitos e de ovos de mosquitos) ativas pela Rede Nacional de Vigilância de Vetores (REVIVE) em todas as regiões continentais e ainda da Região Autónoma da Madeira, onde o mosquito (Culex pipens) mais competente na transmissão, entre outros, do vírus da febre do Nilo, está presente.

“Em Portugal, a vigilância entomológica garantida pela rede REVIVE a nível local, regional e nacional é intensificada nas épocas já definidas como as de maior intensidade vetorial, em especial para as diferentes espécies Culex, nativas na Europa, entre julho e setembro”, acrescenta.

A DGS diz ainda que todos os anos o vírus da febre do Nilo é introduzido na Europa através de aves migratórias que viajam da África subsaariana, norte de África ou Médio Oriente, explicando que a transmissão do vírus ocorre quando os mosquitos estão mais ativos, em especial entre julho e setembro, altura em que ocorre a maioria das infeções em equídeos e humanos.

Na Europa, as espécies nativas de mosquitos Culex pipiens e Culex modestus são os principais vetores do vírus.

De acordo com a Direção Geral de Alimentação e Veterinária, desde 2015 que têm ocorrido focos da doença em Portugal. Nesse ano foram detetados oito focos, em 2016 seis e em 2017 três, nas regiões de Lisboa e Vale do Tejo, do Alentejo e do Algarve.

Em 2022, foram três os focos de febre do Nilo Ocidental confirmados em Portugal: Alcácer do Sal, Portalegre e Castro Verde.

LUSA/HN

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