A marcha decorreu de forma pacífica e teve escolta da polícia da Beira, capital da província de Sofala.
Ao longo da caminhada, os médicos gritavam “não somos só 60”, numa alusão a uma ameaça do Conselho de Ministros de contratar 60 novos médicos para o lugar dos profissionais em greve, caso a paralisação continue.
“Que [o ministro da Saúde, Armindo Tiago] tenha sensibilidade por esta causa, porque não é só nossa, esta causa também é dele”, porque também é médico, afirmou Leonel Andela, delegado da Associação Médica de Moçambique (AMM) em Sofala, em declarações aos jornalistas.
Andela acusou o ministro da Saúde de estar distante do sentimento e das reivindicações dos profissionais de saúde.
“Para um Serviço Nacional de Saúde funcional é necessário que os funcionários de saúde estejam bem cuidados, estejam satisfeitos com as condições de trabalho”, frisou.
O delegado da AMM na província de Sofala avançou que “não há uma comunicação saudável” entre os médicos e o Governo, o que está a levar os profissionais de saúde a usarem outros meios de pressão, como a marcha realizada hoje.
“Nós queremos que os utentes e a sociedade civil se juntem a esta causa, a esta luta, porque esta luta não é só da classe médica”, sublinhou.
Leonel Andela assegurou que a maioria do pessoal médico que trabalha nas unidades sanitárias da província de Sofala está a prestar os serviços mínimos exigidos por lei.
Os médicos moçambicanos estão em greve desde 10 de julho, com a observância dos serviços mínimos nas unidades de saúde, protestando sobretudo contra cortes salariais, no âmbito da aplicação da nova tabela salarial da função pública, e falta de pagamento de horas extraordinárias.
LUSA/HN
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