“Pelo menos 498 crianças no Sudão e provavelmente centenas de outras morreram de fome” desde o início da guerra, em 15 de abril”, disse o diretor da ONG no Sudão, Arif Noor, num comunicado citado pela agência France-Presse.
O dirigente da ONG lembrou que antes da guerra uma criança em cada três habitantes passava fome e acrescentou: “Nunca imaginámos que tantas crianças pudessem morrer de fome, mas esta é a nova realidade no Sudão”.
Segundo o responsável, a situação é provavelmente pior, já que a ONG teve de deixar “31 mil crianças subnutridas” e em maio a fábrica que produzia mais de metade dos tratamentos nutricionais para crianças foi destruída.
Desde 15 de abril, os militares do exército e os paramilitares das Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês) estão envolvidos em combates pelo controlo do país, num dos piores conflitos da história recente do Sudão, que causou entre 1.000 e 3.000 mortos, segundo diferentes estimativas, e obrigou mais de 4,5 milhões de pessoas a deslocarem-se para dentro e para fora do país.
A violência continua, principalmente em Cartum e Darfur, onde vive um quarto dos cerca de 48 milhões de sudaneses.
Os combates concentram-se em Nyala, capital do Darfur do Sul, onde desde 11 de agosto deixaram “60 mortos, 250 feridos e 50 mil deslocados”, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU).
O exército informou que o seu comandante na zona foi “assassinado” na segunda-feira.
Embora os combates impeçam o acesso de camiões carregados de ajuda humanitária, o hospital turco, o único que ainda funciona em Nyala, disse estar sobrecarregado com o afluxo de feridos.
Recentemente a guerra também atingiu El-Fasher, capital de Darfur do Norte, depois de, segundo o laboratório de investigação humanitária da universidade americana de Yale, pelo menos 27 localidades de Darfur terem sido queimadas pelas RSF e por milícias árabes aliadas.
LUSA/HN
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