De acordo com a entidade sindical, “os médicos internos enfrentam um cenário cada vez mais difícil, não só pelos vencimentos baixos e as más condições de trabalho, mas sobretudo porque são confrontados com uma responsabilidade bem acima do que deveria ser exigido para quem está em formação”.
A Federação, que sublinhou que “nem sequer lhes é reconhecido o 1.º grau da carreira médica”, afirmou que os médicos internos trabalham “muitas horas não remuneradas para além dos seus horários de trabalho”.
Em comunicado, a FNAM criticou o aumento proposto por parte da tutela. “O Ministério da Saúde apresenta um aumento salarial irrisório para os médicos internos: os de formação geral passariam a ganhar mais 48€, os de formação especializada nos primeiros anos mais 89€ e nos últimos anos mais 142€, face aos valores praticados atualmente de 1.653,74€, 1.928,69€ e 2.032,93€, respetivamente.”
“Estes valores são indignos e insuficientes para que os médicos internos consigam fazer face ao aumento do custo de vida, com impacto acrescido na habitação e alimentação, somados ao abuso dos seus horários de trabalho e ao grau de exigência que lhes é feito do ponto de vista formativo, com programas de internato cada vez mais exigentes do ponto de vista curricular, e de responsabilidade, o que transforma o internato médico numa odisseia de desconsideração e de frequentes atropelos laborais, que os leva, no fim do internato, a procurar oportunidades de trabalho fora do SNS, no setor privado ou no estrangeiro”, Lê-se ainda na nota de imprensa hoje divulgada.
A FNAM voltou a defender a integração dos médicos internos no 1.º grau da carreira médica para sua proteção, “bem como a justa valorização salarial em todas as fases da formação, com cumprimento de horários e condições de trabalho que permitam previsibilidade e conciliação da vida profissional, pessoal, familiar e social dos médicos internos.”
PR/HN/VC
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