Em entrevista hoje publicada pelo jornal Público, o secretário de Estado da Saúde, Ricardo Mestre, prometeu uma reorganização do setor e enumerou um conjunto de medidas que o Governo tenciona desenvolver nos próximos meses, mas que para o SIM mantêm o subfinanciamento do Serviço Nacional de Saúde (SNS).
“Não bastam intenções, têm de se apresentar ações. A questão de fundo é o investimento”, disse à agência Lusa o presidente do SIM, Jorge Roque da Cunha.
O secretário de Estado assumiu, na entrevista, que o Governo pretende alargar a todo o país Unidades Locais de Saúde, com um novo modelo de financiamento, em função do risco clínico da população, que será subdividida em três grupos: saudáveis, doentes crónicos e casos complexos.
O governante garantiu que o orçamento da saúde vai ser o maior de sempre no próximo ano. Este ano, nas contas que apresentou, há quase 14 mil milhões de euros de despesa aprovada.
Roque da Cunha contrapôs que os hospitais chegam a outubro com um valor inferior ao que lhes foi atribuído. “Têm executados 220 milhões de euros, dos 550 milhões aprovados no Orçamento do Estado. É o padrão habitual nos últimos anos. Normalmente o que é executado é 50%”.
Sobre o regime de dedicação plena – de adesão voluntária – e a valorização salarial, Roque da Cunha afirmou que o sindicato mantém reservas, por não ver qualquer proposta acima de 1,6%, o que os profissionais têm rejeitado.
“Mantemos uma grande preocupação e um grande pessimismo. A incapacidade que o SNS tem em fixar médicos vai manter-se”, disse.
Neste sentido, o SIM mantém as greves previstas para esta semana (quarta-feira e quinta-feira), no Algarve, no Alentejo e nos Açores.
Na próxima semana, prosseguirão greves regionais no Norte e em Lisboa, no âmbito de um calendário que vai até ao final de setembro.
LUSA/HN
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