Em declarações à agência Lusa, Hugo Cadavez disse que a adesão tem sido “muito expressiva e muito significativa”, destacando o impacto nos blocos operatórios dos hospitais e na assistência nos centros de saúde.
“Adesão está a ser idêntica ao dia de ontem [quarta-feira]. Está a ser superior a 85% e a rondar os 90%”, sintetizou.
Segundo Hugo Cadavez, hoje, no Hospital de São João, no Porto, estão paradas as 11 salas de bloco operatório.
O responsável indicou que há também blocos operatórios encerrados em Penafiel, Viana do Castelo, Matosinhos, entre outros.
“Em Vila Real em seis salas, está uma a funcionar”, acrescentou.
Quanto aos centros de saúde, o secretário regional do SIM indicou como exemplo as unidades de Matosinhos, onde, disse, “a adesão foi de 100% e nenhum médico está a trabalhar”.
“Há uma grande insatisfação dos médicos com as condições de trabalho e com as condições remuneratórias no Serviço Nacional de Saúde. É uma questão incontornável que tem vindo a levar a uma saída sem precedentes de médicos do SNS e é isso que tem levado a encerramentos por rotina de serviços de urgência. Há mais de um milhão e 600 mil pessoas sem médico de família. Isto está relacionado com a baixa atratividade da carreira médica no SNS que só aumenta os tempos de espera para consulta e torna longas e até insuportáveis as esperas nas urgências”, apontou Hugo Cadavez.
Convocada pelo SIM, a greve de dois dias dos médicos da Administração Regional de Saúde do Norte termina hoje às 24:00.
O sindicato exige que o Governo integre toda a classe médica na tabela remuneratória única da função pública e que os Ministérios das Finanças e da Saúde apresentem “uma proposta de grelha salarial que reponha a carreira de perdas acumuladas por força da erosão inflacionista da última década e que posicione com honra e justiça toda a classe médica, incluindo os médicos internos, na tabela remuneratória única da função pública”.
Nesta greve estão abrangidos 12 hospitais e 11 Agrupamentos de Centros de Saúde (ACES), estando assegurados os serviços mínimos.
A ARS Norte tem ainda prevista mais uma greve nos dias 20 e 21.
LUSA/HN
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