ADERMAP alerta para impactos invisíveis da doença visível

13 de Setembro 2023

No âmbito do Dia Mundial da Dermatite Atópica, que se assinala a 14 de setembro, a Associação Dermatite Atópica Portugal alerta para os impactos invisíveis da doença em crianças e adolescentes.

A dermatite atópica (DA) é uma doença inflamatória da pele que se revela através de manchas descamativas, avermelhadas e que causam muita comichão, e que se reflete na esfera emocional e no bem-estar do doente afetado por esta doença, ao influenciar a sua aparência e ao causar sentimentos de impotência, frustração, baixa autoestima, ansiedade e depressão. A falta de controlo da doença pode determinar a diminuição do rendimento escolar e provocar o isolamento social.

A dermatite atópica é uma doença crónica, imunomediada, atualmente incurável, determinada pela interação de fatores genéticos e ambientais, com um impacto elevado nas várias dimensões da vida dos doentes e das suas famílias. Esta doença afeta entre 10 a 20% das crianças e entre 1 a 3% dos adultos em todo o mundo. Estima-se que afete cerca de 360.000 pessoas em Portugal, sendo que 70.000 terão uma forma moderada a grave, explica o comunicado da Associação Dermatite Atópica Portugal (ADERMAP).

No âmbito do Dia Mundial, a ADERMAP associa-se à campanha #IfYouOnlyKnew da GlobalSkin e da European Federation of Allergy, and Airways Diseases Patients’ Associations.

De acordo com Joana Camilo, presidente da ADERMAP, “A DA pode surgir tanto em adultos como em crianças, podendo manifestar-se em várias idades e com diversos graus de severidade. É muito importante sensibilizarmos para a patologia, alertarmos para o fardo entre doentes e cuidadores a nível físico, emocional, social e económico, e reconhecermos a necessidade de acesso a cuidados que refletem a natureza multidimensional da dermatite atópica e aos tratamentos mais eficazes e seguros para a controlar, onde e quando são necessários. Este ano a campanha mundial é focada no peso psicológico e emocional que a dermatite atópica representa para as crianças e jovens que sofrem com a doença e nos seus cuidadores”.

Segundo Pedro Mendes Bastos, médico especialista em Dermatologia e Venereologia e conselheiro científico da ADERMAP, também citado em comunicado, “Mais um Dia Mundial da Dermatite Atópica. É inspirador constatar todos os passos que foram dados nos últimos anos no sentido de melhorar a vida das pessoas que lidam diariamente com a dermatite atópica, seja pessoalmente ou na família. Se inicialmente foram passos de bebé, estamos agora preparados para exigir mais, principalmente para que todos aqueles com formas moderadas a graves da doença possam ter acesso a um tratamento eficaz e seguro. Recuperar o tempo de vida perdido para a dermatite atópica é hoje possível.”

A ADERMAP alerta que a dermatite atópica é uma das doenças de pele mais prevalentes no mundo e uma das menos reconhecidas. É uma doença visível de impactos invisíveis. Muitas vezes desvalorizada como “apenas uma doença de pele”, as reais necessidades dos doentes não têm sido globalmente atendidas de forma solidária e oportuna. Mas, para além de fonte de sentimentos negativos nas pessoas, a DA também alimenta a resiliência, a capacidade de superar desafios e de relativizar situações.

Neste Dia Mundial da Dermatite Atópica a ADERMAP quer alertar para os impactos invisíveis de uma doença visível, sensibilizando o público com um pedido para um diálogo ativo entre cidadãos, profissionais de saúde e órgãos decisores.

A campanha terá expressão nas redes sociais da ADERMAP através da hashtag #IfYouOnlyKnew combinada com #diamundialdadermatiteatopica, convidando a que todos participem e partilhem para que se possa olhar para a dermatite atópica e reconhecê-la como uma doença que pode ter um alto impacto na vida dos doentes e cuidadores.

PR/HN

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