Coordenado pela DGS e desenvolvido pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), o PaRIS – Estudo Internacional sobre os Resultados e Experiências dos Utentes com os Serviços de Saúde pretende “aferir sobre os resultados e as experiências dos utentes com os serviços de saúde, mais especificamente a nível dos cuidados de saúde primários”, disse hoje à agência Lusa a gestora nacional do projeto, Natália Pereira.
Segundo a enfermeira do Departamento da Qualidade na Saúde da DGS e ponto focal para a segurança do doente da Organização Mundial da Saúde, o estudo está a ser realizado em vários outros países e irá permitir a comparação de diferentes sistemas de saúde.
Natália Pereira referiu que no passado dia 16 de agosto foi lançado o inquérito principal aos prestadores de cuidados de saúde primários num total de 145 unidades funcionais (Unidades de Saúde familiar modelo A, modelo B e unidade de cuidados de saúde personalizados) e hoje é lançado o inquérito principal aos utentes, selecionados aleatoriamente e que terão de ter mais de 45 anos e ter tido contacto com o centro de saúde nos últimos seis meses.
Os utentes que vão receber o convite para participarem no estudo pertencem às unidades funcionais que já preencheram o inquérito, disse a responsável, explicando que o SMS que irão receber terá um ‘link’ para o questionário que é constituído por perguntas relativas à experiência vivenciada no contacto com o centro de saúde e os resultados mais valorizados pelos utentes, sendo confidencial e anónimo.
“Não existe qualquer possibilidade de fazermos a interligação entre o utente e, por exemplo, o médico de família ou a sua unidade de saúde”, assegurou Natália Pereira, frisando que “o utente pode e deve a participar neste estudo porque, na verdade, é uma forma de dar voz aos utentes” e melhorar os serviços de saúde.
Segundo Natália Pereira, a recolha destes dados terá de ser feita até ao final de outubro de 2023, havendo depois um relatório preliminar até final do ano, porque em janeiro de 2024 decorrerá uma reunião para partilha e divulgação destes dados.
A gestora do projeto apelou à participação dos utentes no estudo que tem como “objetivo principal” incentivar os sistemas de saúde a tornarem-se mais centrados nas pessoas.
“Este é o nosso grande lema: cuidados de saúde cada vez mais centrados nas pessoas. E daí nós querermos ouvir os utentes”, disse Natália Pereira, sublinhando que o objetivo será adotar medidas de melhoria do sistema de saúde.
Iniciativa da OCDE, o PaRIS pretende monitorizar o estado da relação da população com o sistema de saúde, através da comparação internacional com cerca de 20 países participantes do estudo, identificando áreas de melhoria e estratégias que permitam evoluir na qualidade e segurança dos cuidados prestados à população portuguesa.
A implementação do PaRIS é assegurada, não só pela DGS, mas também pela Administração Central do Sistema de Saúde, pelas Administrações Regionais de Saúde, pelos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS) e pela Escola Nacional de Saúde Pública, havendo também um grupo consultivo com representantes das ordens profissionais, associações, ligas e personalidades de reconhecido mérito científico na área.
LUSA/HN
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