Associação Nacional de Estudantes de Medicina lança livro ’40 Anos 40 Ideias’

30 de Setembro 2023

A Associação Nacional de Estudantes de Medicina (ANEM) apresenta hoje, pelas 10h30, na Nova Medical School, o livro ’40 Anos 40 Ideias’ e celebra duas décadas de trabalho associativo em defesa da qualidade da formação médica em Portugal.

A Associação reuniu os contributos de várias personalidades do setor da Saúde, quase todas elas antigos membros da ANEM, para os 14 temas do livro ‘40 anos 40 ideias’  –  ‘Planeamento de Recursos Humanos’, ‘Acesso à Formação Especializada’, ‘Mobilidade em Medicina’, ‘Métodos de Ensino, Novas Tecnologias na Aprendizagem e Centros de Simulação’, ‘Formação Complementar’, ‘Número Clausus de Medicina em Portugal’, ‘Saúde Mental em Estudantes do Ensino Superior’, ‘Educação Sexual na Sociedade’, ‘Saúde Sexual e Reprodutiva no Currículo Médico’, ‘Direitos Humanos e Ética Médica no Currículo’, ‘Sustentabilidade Ambiental em Instituições de Saúde e Ensino Superior’, ‘Responsabilidade Social das Escolas Médicas’ e a ‘40ª Ideia: O Futuro da Medicina e da Sociedade’ – que representam as principais linhas orientadoras da estratégia de trabalho da Associação Nacional de Estudantes de Medicina em prol de uma melhor formação médica em Portugal.

A obra inicia-se com o importante contributo do Professor Constantino Sakellerides que oferece uma contextualização da evolução da Saúde em Portugal, nomeadamente no que diz respeito ao Planeamento de Recursos Humanos, alertando que o sistema político não tem “recetores para o conhecimento, nem tão pouco sensores para a evolução das realidades locais, associados a uma análise e direção estratégica”.

Manuel Pizarro, Ministro da Saúde, é a segunda voz do livro ’40 anos 40 ideias’ e, na sua intervenção, defende que são necessários mais profissionais de saúde e mais médicos. “Este é um caminho de abertura e diálogo, sendo essencial envolver os médicos e, desde logo, os mais jovens, nesse processo de planeamento”, afirma o Ministro.

Por seu lado, o Presidente da ANEM, Vasco Cremon de Lemos, diz não ser possível tecer conclusões sobre as necessidades do país relativamente ao número de médicos por não ter sido ainda efetuado o Inventário Nacional de Profissionais de Saúde, previsto na lei desde 2018, mas ainda por concretizar. “É necessário que nunca nos esqueçamos que a formação médica é um sistema contínuo entre o pré, o pós-graduado e a educação contínua ao longo da vida pelo que, antes de qualquer ação numa das vertentes do sistema, é necessário acautelar que alterações terão nas outras vertentes, sem que nunca olhemos para elas de forma isolada”, concluiu.

O Bastonário da Ordem dos Médicos (OM), Carlos Cortes, participa no capítulo dedicado ao “Acesso à Formação Médica Especializada”, lembrando que existe uma relação estreita entre a qualidade de um sistema de saúde e a formação médica. O Bastonário ressalva o importante papel da Ordem na Formação Especializada, nomeadamente no seu enquadramento e execução, propondo, por exemplo, o mapa de vagas para a Formação das cerca de 50 especialidades médicas. Nesse âmbito, Carlos Cortes acredita ser imperativo investir em melhores condições de trabalho e remuneração em todas as áreas de especialização, tanto no que diz respeito a médicos especialistas como a médicos internos, de forma a atrair e fixar os melhores profissionais onde estes são mais necessários “.

O Bastonário considera ainda muito preocupante a proposta do Governo de alteração do Estatuto da Ordem dos Médicos, principalmente no que diz respeito à substituição da Ordem na avaliação da formação e atribuição das idoneidades e capacidades formativas, antevendo-se o encurtamento dos tempos de internato. O Bastonário insiste na” importância do diálogo aberto e construtivo entre o Ministério da Saúde e a OM para encontrar soluções que não comprometam a qualidade da formação médica no nosso país”.

Por sua vez, Rita Ribeiro, Vice-Presidente da ANEM, reforça a reivindicação da Ordem dos Médicos, apoiando a realização de Internatos de Formação Geral e Especializada, “necessários à prestação de cuidados de saúde de qualidade, e de programas formativos, ministrados pelas instituições de saúde, de acordo com idoneidades atribuídas, e que assim se deverão manter, pela Ordem dos Médicos”.

Pode acompanhar as diferentes reflexões das várias personalidades sobre os 14 temas estratégicos para a formação Médica em Portugal no livro 40 Anos 40 Ideias.

NR/HN

 

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