“Eu sei que o projeto de arquitetura do novo hospital de proximidade do Seixal já está ultimado. Não sei se está completamente aprovado pela Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT), mas está ultimado. E nós estaremos em condições de lançar o concurso da obra no primeiro trimestre do próximo ano, sem nenhuma dúvida”, disse Manuel Pizarro.
O ministro da Saúde respondeu desta forma ao repto do presidente da Câmara do Seixal, Paulo Silva, para o arranque do novo hospital, deixado na abertura da apresentação pública do Atlas dos Municípios Saudáveis, que decorreu no auditório do Fórum Municipal do Seixal.
Contudo, Manuel Pizarro deixou igualmente um desafio ao autarca da CDU, para avançar com os projetos para novos equipamentos de saúde no concelho, no distrito de Setúbal.
“Senhor presidente da Câmara do Seixal, não perca o entusiasmo, não perca a energia, trate lá dos projetos para a nova Unidade de Saúde de Paio Pires, a nova Unidade de Saúde da Rosinha, na Amora. E, sem eu lhe poder já garantir em absoluto que isso vai ser possível, ainda assim, vá tratando do projeto de ampliação da Unidade de Saúde de Fernão Ferro, porque eu confio que, com a reprogramação do PRR [Plano de Recuperação e Resiliência], vai ser possível acomodar este conjunto de investimentos”, disse Manuel Pizarro.
Falando sobre o Atlas dos Municípios Saudáveis, que caracteriza as condições de saúde da população em 64 concelhos, com base em 94 indicadores (54 indicadores prioritários e 40 indicadores complementares), tendo como objetivo sobretudo “informar a decisão política”, Manuel Pizarro reconheceu que há um enorme desafio para consolidar os ganhos em saúde que Portugal registou nas últimas décadas.
“É especialmente verdade que, em alguns países e em Portugal, as condições sociais e económicas continuam a ser determinantes em saúde com maior impacto na vida das pessoas, o que significa que isso interpela os dirigentes, a ação política, para intensificar a correção desses determinantes económicos, que fazem com que as pessoas tenham piores resultados em saúde, em função do local onde vivem ou da sua condição socioeconómica de base”, salientou.
Por isso, acrescentou, um estudo como este é “tão especialmente relevante e é tão significativa a intervenção de uma especialidade como a geografia”, na avaliação e na produção de conhecimento que permite intervir.
Manuel Pizarro disse também que o panorama da saúde em Portugal, apesar da evolução que se verificou nas últimas décadas, constitui um desafio que exige uma articulação de todos os setores.
“Não há sofisticação de sistema de saúde que responda ao problema do aumento da procura. Nós temos mesmo que fazer um trabalho que exige a participação ativa do Serviço Nacional de Saúde, dos seus profissionais, dos seus técnicos, das pessoas que têm conhecimento científico e autoridade para intervir nesta matéria”, frisou o governante.
Porém, também as comunidades são necessárias “para este combate pela saúde dos portugueses, que vai ser ganho pela ação conjunta do Serviço Nacional de Saúde e do poder local democrático”, defendeu, considerando que não se pode “viver a fazer este trabalho de costas voltadas uns para os outros”.
NR/HN/Lusa
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