Contactada pela agência Lusa, a provedora da Santa Casa da Misericórdia de Serpa (SCMS), Maria Isabel Estevens, remeteu para um comunicado que a instituição pretende divulgar hoje sobre o encerramento da urgência.
Em comunicado enviado à Lusa, o movimento revelou que o Serviço de Atendimento Permanente (SAP) do Hospital de São Paulo está encerrado desde dia 30 de setembro, ou seja, há mais de uma semana, e que não existem perspetivas de reabertura.
“Estes fechos, quer sejam temporários ou definitivos, representam um claro incumprimento do acordo assinado em 2014 entre a SCMS, a Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo e a Administração Regional de Saúde do Alentejo”, advertiu.
Em declarações à Lusa, o porta-voz do movimento, Luís Mestre, referiu que a população de Serpa não dispõe, até agora, de informações por parte da Misericórdia que gere o hospital sobre este encerramento do serviço.
“Foi colocado apenas um papel na porta a dizer que o serviço está fechado”, adiantou.
Segundo Luís Mestre, o movimento sabe, através de fontes da instituição, que este fecho se “deve à falta de médicos”, depois de alguns que ali prestavam serviço terem saído “devido à irregularidade dos pagamentos”.
“Não temos aqui qualquer resposta para a população”, alertou o responsável, realçando que o Centro de Saúde de Serpa dispõe “apenas de consultas com médicos de família e não tem consulta de recurso” para situações de urgência.
Assinalando que “cerca de 30% da população” do concelho de Serpa não tem médico de família, o porta-voz do movimento salientou que muitos tinham “no SAP deste hospital o único recurso” em caso de doença.
“Esta situação tem-se vindo a agravar este ano, com fechos sucessivos e, agora, com este, que é o mais longo e que pode nem ter retorno”, acrescentou.
Também em comunicado, a Comissão Concelhia de Serpa do PCP repudiou o fecho do SAP do Hospital de São Paulo, reafirmando “a necessidade da intervenção imediata do Governo PS” para garantir “a prestação de serviços de saúde adequados” à população.
“O Governo do PS teima em não ter vontade política para reverter o Hospital de São Paulo para a esfera pública e garantir assim o seu funcionamento no quadro do Serviço Nacional de Saúde”, vincaram os comunistas.
LUSA/HN
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