9.ª edição do Programa Gilead Génese: “Quanto maior é a partilha, mais enriquecedor é para todas as equipas”, sublinha Ana Jorge

18 de Outubro 2023

A dificuldade de unir esforços e trabalhar em parceria que existe em Portugal foi realçada na cerimónia de entrega dos prémios da 9.ª edição do Programa Gilead Génese, que decorreu esta terça-feira em Paço de Arcos.

A farmacêutica Gilead Sciences escolheu o palco do grupo Impresa para distinguir 13 projetos de investigação e intervenção comunitária em Portugal, nas áreas de oncologia e virologia. Ao HealthNews, encerrada a cerimónia da 9.ª edição do Programa Gilead Génese, Ignacio Schoendorff, diretor-geral da Gilead Sciences em Portugal, relembrou que “a missão da companhia é facilitar acesso a inovação” e “investimento em investigação para encontrar soluções para doenças muito graves”. Na oncologia e virologia, “a Gilead está na vanguarda”. “Mas também acreditamos que é importante encontrar soluções mais além”, acrescentou o diretor-geral.

Ignacio Schoendorff disse que Portugal tem “muito talento, muitos bons investigadores”, e a Gilead quer continuar a dar o seu contributo, consciente da importância da sua responsabilidade social, recordada pelo representante.

Esta terça-feira, o evento permitiu ainda debater “A inovação como motor de sustentabilidade em saúde”, com a moderação do jornalista da SIC João Moleiro e os oradores: Ana Jorge, provedora da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa; Margarida Couto, presidente da organização GRACE – Empresas Renováveis; Joana Branco, diretora do centro de pesquisa Biocant; Pedro Oliveira, reitor da Nova School of Business and Economics.

O painel concluiu que os portugueses têm de trabalhar mais em conjunto. “Quanto maior é a partilha, mais enriquecedor é para todas as equipas”, frisou Ana Jorge, que pediu que não tenhamos medo da mudança. “Tentar fazer diferente” é importante.

Unir esforços é algo que falta em Portugal, e temos de ter uma visão estratégica e um investimento continuado em saúde, ciência e educação, concluiu Joana Branco. “Temos que falar mais vezes” e “definir objetivos estratégicos”.

Pedro Oliveira encontrou na Dinamarca esta capacidade “invulgar” em Portugal de sentar à mesma mesa – “em Portugal, tipicamente, é difícil trabalharmos em colaboração”. Na sua perspetiva, é prioritário: investir em ciência, dar incentivos às empresas e olhar para formas alternativas de inovação.

Margaria Couto sublinhou a importância das parceiras entre público, privado e social, sem desconfianças; de trabalharmos juntos e termos confiança uns nos outros; de “aprendermos a colaborar mais”. Por outro lado, o Estado deve garantir que as políticas públicas saem do papel, alertou ainda.

Em Portugal, “há uma dificuldade das parcerias e do trabalho em conjunto”, mas a saúde envolve toda a sociedade. As equipas da comunidade, por exemplo, são importantes para ir ao encontro das necessidades dos portugueses, que “não se sentem saudáveis”, e apoiá-los nas suas escolhas, explicou Ana Jorge.

Na etapa que precede a vida profissional, a universitária, também há “elevados níveis de endogamia”. Há escolas com “muito pouca abertura”, que “recrutam dentro”, referiu Pedro Oliveira.

Ignacio Schoendorff disse-nos que a Gilead também trabalha em parceria com universidades e startups. “Sozinhos não vamos fazer nada”, afirmou. Além disso, o sistema público de saúde precisa de investimento, tecnologia e conhecimento do privado, concluiu o diretor-geral.

HN/RA

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