“Em setembro de 2023 aguardavam em LIC [lista de inscritos para cirurgia] um total de 10.635 utentes, o que corresponde a um aumento de cerca de 0,6% (mais 63 utentes), face ao mês anterior. Quando comparado com o período homólogo, verifica-se um aumento de 5,6% (mais 562 utentes)”, lê-se no boletim informativo mensal da Unidade Central de Gestão de Inscritos para Cirurgia dos Açores, consultado hoje pela agência Lusa e disponível na página da Internet da Direção Regional da Saúde.
Os números das listas de espera cirúrgicas nos Açores não eram atualizados desde julho, mês em que foram divulgados os dados relativos a junho.
Em julho e agosto, a região registou igualmente subidas mensais de 0,8 e 2%, respetivamente, e subidas homólogas de 3,2 e 4,6%.
Desde abril que o número de pessoas inscritas para cirurgia no arquipélago supera o valor do mês anterior e desde maio que se registam também aumentos em comparação com 2022.
Segundo os dados mais recentes, o Hospital do Divino Espírito Santo (HDES), em Ponta Delgada, na ilha de São Miguel, o maior da região, era o que concentrava mais doentes em lista de espera para cirurgia (6.489), seguindo-se o Hospital de Santo Espírito da Ilha Terceira (HSEIT), com 2.901 utentes, e o Hospital da Horta (HH), na ilha do Faial, com 1.245 utentes.
Apenas o Hospital da Horta registou uma descida (-1%) face ao mês anterior, enquanto o HDES reduziu a lista de espera (-1%) em comparação com o período homólogo.
Quanto ao número de propostas cirúrgicas em espera nos Açores (há utentes que estão inscritos para várias cirurgias) era de 11.793 no final de setembro, mais 0,2% do que em agosto, mas menos 4,4% do que no período homólogo.
Segundo o relatório, o tempo médio de espera para uma cirurgia nos Açores, no final de setembro, era de 386 dias (mais de um ano), o que reflete um aumento de seis dias face ao mês anterior, mas uma redução de 31 dias face a setembro de 2022.
O hospital de Ponta Delgada, o único a registar uma redução homóloga (menos 55 dias), apresentava o maior tempo médio de espera (409 dias), seguido pelo da Terceira (365 dias) e pelo da Horta (313 dias).
As três unidades de saúde apresentavam um tempo médio de espera acima dos tempos máximos de resposta garantidos (TMRG) regulamentados, que preveem que uma cirurgia com prioridade normal seja realizada no máximo em 270 dias.
Apenas 62,2% das cirurgias realizadas em setembro nos Açores ocorreram dentro do TMRG, mais 12,7 pontos percentuais do que em setembro de 2022.
Apesar do aumento das listas de espera, a produção cirúrgica no Serviço Regional de Saúde dos Açores aumentou em setembro.
“Foram realizadas 855 cirurgias, o que representa um aumento de cerca de 28,6% (mais 190 cirurgias), face ao mês anterior. Na comparação com o mesmo mês do ano 2022, regista-se um aumento de 6,6%, ou seja, mais 53 cirurgias realizadas”, lê-se no relatório.
De acordo com o relatório semestral, também divulgado este mês, que apresenta dados mais pormenorizados, no final de setembro as especialidades cirúrgicas com maior volume de propostas em lista de espera eram ortopedia (3.166), cirurgia geral (2.375) e oftalmologia (1.858).
Cirurgia plástica e reconstrutiva (750 dias), cirurgia cardiotorácica (462 dias) e ortopedia (442 dias) eram as especialidades com maior tempo médio de espera.
LUSA/HN
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