No âmbito do 46º Congresso Mundial dos Hospitais, Óscar Gaspar comentou algumas das novas apostas do Governo, vendo com agrado o alargamento das ULS.

Em declarações à HealthNews, o responsável sublinhou: “O facto do Governo passar a ter ULS em todo o país faz com que o financiamento passe a per capita ajustado ao risco. Esta mudança é importante. Os hospitais públicos passam de ser financiados a partir de uma ótica diferente. Trata-se de um princípio positivo, mas tem de se acautelar que não haja oferta de cuidados de fiquem aquém daquilo que são as necessidades.”

Segundo o especialista, “aquilo que interessa não é que o cidadão tenha o máximo de consultas possível, mas sim que o seu problema seja resolvido.”

Óscar Gaspar conclui que “o financiamento per capita induz a que se olhe cada vez mais para a pessoa e não só para o número de atos que o doente vai precisar.”

Sobre o papel do setor privado na saúde, Presidente da Associação Portuguesa de Hospitalização privada sublinhou que são “um pilar muito importante do sistema de saúde”.

“Em Portugal, há mais de três milhões pessoas com seguro de saúde privado e cerca de um milhão e meio tem um subsistema de saúde (…) Se não representássemos um terço da capacidade hospitalar, os problemas do SNS seriam ainda maiores. Portanto, a atividade do setor privado acaba por aliviar a pressão que existe no SNS”, afirmou.

O especialista assegurou ainda que o setor privado “pode dar um apoio ainda maior em termos de articulação com o SNS”. “Podemos auxiliar com a questão dos médicos de família, assim como nas listas de espera cirúrgicas e consultas de especialidade”.

O especialista defendeu que o exemplo do protocolo de colaboração, estabelecido com o Governo na Obstetrícia, poderia ser “replicado em muitas outras áreas”.

HN/Vaishaly Camões