Xavier Barreto afirmou que acompanha com preocupação os alertas dados esta semana pelo Diretor Executivo do Serviço Nacional de Saúde (DE-SNS). “Acompanhamos as preocupações do doutor Fernando Araújo. Sabemos que as declarações de recusa [de indisponibilidade de fazer mais horas extraordinárias para além das obrigatórias] tem efeito em novembro”.
Aos olhos do dirigente, “A solução a curto prazo passa por um acordo com os sindicatos médicos no sentido de que retomem a realização de horas extraordinárias”.
“Infelizmente, não temos outra alternativa”, apontou.
O Presidente da APAH sublinhou que “é um facto que o SNS precisa das horas extraordinárias dos médicos. Gostávamos que não fosse assim, mas infelizmente é… Portanto, temos de trabalhar para soluções estruturais”.
Xavier Barreto alertou para o impacto e para possíveis danos com a recusa demonstrada por parte de milhares de médicos de fazer mais trabalho suplementar. “Esta negociação não pode prejudicar o interesse dos doentes de forma irreversível. Termos uma greve que adia a prestação de cuidados programados, e que pode ser recuperado, é diferente de limitarmos o acesso dos doentes ao serviço de urgência”.
“É importante que haja vontade das duas partes de chegar a um acordo. É isto que importa neste momento no sentido de salvaguardar a saúde e os interesses dos doentes. É preciso chegar a uma base de entendimento mínima que permita regressar à realização de horas extraordinárias”, frisou.
Sobre o compromisso assumido da criação de equipas dedicadas ao serviço de urgência, o responsável disse tratar-se de um sinal positivo. “Este processo já está em marcha através da criação de Centros de Responsabilidade Integrada. Portanto, parece-me bastante positivo que esta seja uma área prioritária. Sabemos que os hospitais já estão a analisar os indicadores de avaliação enviados pela tutela”.
O Presidente da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares esteve hoje presente no 46º Congresso Mundial dos Hospitais.
HN/Vaishaly Camões
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