Carla C. Ferreira Neurologista coordenadora da Unidade de AVC Hospital de Braga

Dia Mundial do Doente com AVC

10/29/2023

No dia 29 de outubro assinala-se mais um Dia Mundial do Doente com AVC.
Embora os profissionais de saúde sejam fundamentais nesta patologia, o papel de cada cidadão é cada vez mais relevante.

Nos últimos 25 anos assistiu-se a uma melhoria sem precedentes no tratamento da fase aguda de doentes com AVC do tipo isquémico (causado pela falta de irrigação em contexto de oclusão das artérias do pescoço e cerebrais). Desde logo, em 1991, com a evidência que Unidades de AVC salvam vidas; em 1995, com o primeiro tratamento farmacológico com evidência comprovada (fibrinólise com alteplase); e em 2015, com os resultados dos ensaios clínicos de trombectomia mecânica, através de cateterismo arterial para remoção das oclusões, que revelaram que este tratamento é o que apresenta maior impacto na capacidade de o doente conseguir manter-se autónomo após três meses.

No entanto, para que estes procedimentos tenham sucesso, é fundamental o conhecimento dos sinais de alarme (dificuldade em falar, desvio da boca para um dos lados e falta de força num braço ou perna, os mais prevalentes) e o rápido acesso aos mesmos.

Paralelamente, na área da prevenção, quer primária, quer secundária, também se tem assistido a um acumular de evidência científica, quer quanto ao tratamento dos fatores de risco, como hipertensão arterial, diabetes, tabagismo, aumento de colesterol, consumo de álcool, sedentarismo, obesidade; quer quanto a fármacos para reduzir a probabilidade de formar trombos e coágulos (como a vulgar aspirina e anticoagulantes).

No entanto, é a cada um de nós que compete zelar para que os fatores de risco não apareçam (preferindo um estilo de vida saudável) ou estejam controlados, bem como manter a medicação prescrita, nomeadamente os anticoagulantes.

Por isso, nunca é demais insistir, então, nestes quatro pontos: reconhecimento dos sintomas, recurso imediato ao Hospital, prevenção e controlo dos fatores de risco e cumprimento da medicação. Por muito dedicados que os profissionais de saúde sejam, preferem sempre não ter doentes com AVC para cuidar.

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