SIM admite repensar greve ao trabalho extraordinário

10 de Novembro 2023

O Sindicato Independente dos Médicos (SIM) afirmou esta sexta-feira ao nosso jornal que, a partir do momento em que o Governo ficar limitado às funções de gestão, a greve às horas extraordinárias nos Cuidados de Saúde Primários poderá ser repensada.

O secretário-geral do SIM admitiu ver com preocupação a situação de crise política desencadeada nos últimos dias.

O responsável alertou que a crise política “não augura nada de bom para o Serviço Nacional de Saúde, até porque o próximo Governo só vai tomar posse no mês de junho.”

Jorge Roque da Cunha afirmou que o sindicato solicitou hoje, junto do Ministério da Saúde, “uma reunião urgente para tentar que alguns dos problemas, que não foram resolvidos nos 18 meses de processo negocial, possam vir a ser resolvidos.”

“Dada a gravíssima situação que o Serviço Nacional de Saúde enfrenta é importante que algumas questões sejam ultrapassadas, nomeadamente a questão salarial”, disse. 

Apesar de reconhecer as limitações previstas, o dirigente do Sindicato Independente dos Médicos salientou que, nos próximos dias, tudo farão para “tentar com que se possam ultrapassar alguns dos problemas que não foram ultrapassados durante os oito anos de governação do Partido Socialista.”

Em relação à greve ao trabalho extraordinário nos centros de saúde, o SIM admite que o protesto poderá ser repensado.

“Em relação à greve ao trabalho extraordinário dos Cuidados de Saúde Primários mantemos o protesto. É uma medida que já está a decorrer a uns meses e não encontramos motivos para a fazer cessar. Mas, quando o Governo passar a desempenhar funções meramente de gestão, e deixando, portanto, de haver um interlocutor, iremos repensar essa possibilidade”, revelou.

O SIM enfatizou o papel que os médicos desempenham na saúde em Portugal e apela ao Governo que reconsidere a sua decisão de cancelar a última reunião, permitindo assim o progresso nas negociações, “a bem dos portugueses.”

A constituição determina que, após a sua demissão, o Governo passa a estar limitado à prática dos atos estritamente necessários para a gestão dos negócios públicos.

O primeiro-ministro apresentou esta terça-feira a demissão ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, na sequência de uma investigação autónoma do Supremo Tribunal de Justiça sobre projetos de lítio e hidrogénio.

HN/VC

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