“Viemos sinalizar a diferença que existe entre o Serviço Regional de Saúde relativamente ao que se está a passar a nível nacional, com o caos das urgências fechadas, com a greve dos médicos. Nos Açores, o Governo Regional fez investimento no setor e no seu capital humano, o que vem colmatar alguns problemas”, afirmou João Bruto da Costa.
Os deputados social-democratas estiveram hoje reunidos com o conselho de administração do Hospital do Divino Espírito Santo, em Ponta Delgada, no âmbito da preparação do debate da proposta do Governo Regional (PSD/CDS-PP/PPM) de Plano e Orçamento de 2024, que será apreciado e votado na próxima semana, na Horta, no parlamento regional.
Bruto da Costa apontou os resultados obtidos “desde logo na cobertura do médico de família, que no continente é de 84% e nos Açores 94%”, sendo que “as listas de espera para cirurgia são de 1.100 dias a nível nacional contra os 386 dias dos Açores”.
“No início da legislatura eram 532 dias. Estamos a fazer progressos, mas há ainda muito trabalho por fazer e o Orçamento para 2024 vai trazer maior aposta no Serviço Regional de Saúde para colmatar as necessidades que ainda sentimos”, disse o deputado.
O parlamentar adiantou que “se pretende regularizar em termos de orçamento os 536 ‘contratos covid-19’ que existem no Serviço Regional de Ssaúde para realmente valorizar” aqueles que foram aplaudidos há três anos, sendo que no caso do hospital de Ponta Delgada serão cerca de 300 os profissionais de saúde beneficiários.
Bruto da Costa salientou ainda que no Serviço Regional de Saúde (SRS) existe “paz social”, apesar de o Governo Regional ter “herdado situações de muito difícil resolução”, havendo que “investir no capital humano, nas pessoas, com o Orçamento de 2024 a corresponder a essa necessidade.
O líder parlamentar social-democrata acrescentou que, em 2024, o Governo Regional pretende continuar a investir “na melhoria do serviço assistencial aos açorianos e no acesso aos cuidados de saúde”.
“O Governo socialista da República teve todas as oportunidades para ir ao encontro das necessidades dos portugueses”, afirmou, contrapondo que nos Açores essas oportunidades foram aproveitadas para melhorar o acesso aos cuidados de Saúde.
Questionado sobre as implicações para o SRS do eventual ‘chumbo’ do Plano e Orçamento de 2024, Bruto da Costa recordou que existem “536 trabalhadores precários no Serviço Regional de Saúde e pretende-se resolver esses contratos, sendo famílias que ficam com a sua vida estabilizada”.
“A sua não aprovação vai atrapalhar a resolução de problemas”, frisou.
A Iniciativa Liberal (IL) e o PS já anunciaram o voto contra o Plano e o Orçamento dos Açores para 2024, os últimos desta legislatura, enquanto o Chega e o PAN rejeitaram votar a favor, o que poderá levar à reprovação dos documentos que vão ser discutidos na próxima semana no parlamento açoriano, na ilha do Faial.
A Assembleia Legislativa dos Açores é composta por 57 deputados e, na atual legislatura, 25 são do PS, 21 do PSD, três do CDS-PP, dois do PPM, dois do BE, um da Iniciativa Liberal, um do PAN, um do Chega e um deputado independente (eleito pelo Chega).
Os três partidos que integram o executivo têm 26 deputados na Assembleia Legislativa. Com o apoio do deputado do Chega somam 27 lugares, número insuficiente para a aprovação do orçamento.
LUSA/HN
0 Comments