Destinado a alunos do 1.º Ciclo e coordenado por médicos cardiologistas do Centro Hospitalar do Entre Douro e Vouga (CHEDV), o denominado ‘Primus Great’ teve para isso uma injeção de 20.000 euros por parte do PAOITI – Plano de Ação da Operação Integrada do Território de Intervenção na zona sul da Área Metropolitana do Porto.
O presidente da Câmara Municipal de São João da Madeira, Jorge Vultos Sequeira, disse à Lusa que o objetivo do estudo é demonstrar como “a saúde beneficia da prática duradoura da atividade física, logo desde a infância”, e identificar, a partir dos melhores resultados, os fatores que facilitam ou dificultam essa qualidade de vida, para recomendar ajustes nas escolas e no agregado familiar.
Para isso, a autarquia do distrito de Aveiro definiu um programa de cinco horas semanais de exercício nas escolas, onde os professores verificarão, em cada criança abrangida pelo ‘Primus Great’, um conjunto de “importantes parâmetros antropométricos e de pressão arterial” previamente definidos pelos cardiologistas Carla Araújo e Rui Batista.
Os pais das crianças envolvidas também participam no estudo, mediante o preenchimento de questionários sobre as práticas alimentares do agregado, as suas rotinas de exercício, antecedentes clínicos familiares que possam ter influência nos resultados, etc.
Miguel Paiva, que preside ao conselho de administração do CHEDV, realça que a dupla vertente escola-casa confere “ainda mais valor científico” a este projeto de investigação, que assim, “além de envolver uma coorte muito bem definida e disponível por um longo período temporal, também abrange os agentes que, fora do recinto escolar, são os principais responsáveis pelas escolhas alimentares destas crianças”.
O ‘Primus Great’ tem financiamento garantido até 2025, podendo depois ser prolongada em moldes a definir por autarquia e centro hospitalar.
Durante o mês de novembro, as escolas EB1 de Fundo de Vila, das Fontaínhas e dos Ribeiros vão proceder à reavaliação física dos 276 alunos que participaram no projeto durante o ano letivo 2022/2023 e realizar a auscultação inicial das 84 crianças que farão parte do estudo em 2023/2024.
“É um trabalho minucioso, mas vai permitir reunir prova científica útil para diversas entidades, sobre a ligação entre a obesidade infantil e os indicadores económico-sociais familiares”, conclui Miguel Paiva, afirmando que “quem tem menos dinheiro pode nem sempre comer menos, mas come pior”.
LUSA/HN
0 Comments